Com sistema de saúde em colapso, Belém restringe comércio e serviços
O próprio prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho (PSDB), admite a crise na saúde. "Estamos em saturação, tanto para urgência quanto na estrutura hospitalar. A melhor medida é o isolamento social. Há a necessidade de ficar em casa para evitar mais pessoas em busca de oxigênio, de ar, e não terem onde ser atendidas porque está tudo sendo ocupado. Peço: não saiam de casa!", disse Coutinho.
"Para vocês entenderem a gravidade, (domingo) nós tivemos a falta de 51 médicos na nossa rede de UPAs e Pronto Socorros. Esse descompasso do aumento de demanda e falta de médicos tem deixado a gente numa situação angustiante", admitiu o prefeito, dizendo ainda que os profissionais de saúde em ação estão "sobrecarregados".
Mais de 60% das 129 mortes confirmadas por covid-19 no estado estão concentradas em Belém - e a estimativa é que quase metade sejam de profissionais da saúde. A rede municipal de saúde atingiu o limite de internações em UTIs ainda na semana passada, quando 80% dos leitos clínicos também já vinham sendo ocupados. Nesta terça, 28, o Estado solicitou números atualizados, mas não obteve retorno.
Isolamento
Apesar da grave crise na saúde, Belém demorou para endurecer o isolamento social. Decreto limitando atuação do comércio e de serviços passou a vigorar apenas esta semana. "Não podemos abrir os espaços com o vírus se espalhando. Estamos vivendo aflições. Esse final de semana foi muito angustiante. As pessoas não estão levando a sério porque ainda não viram o que está acontecendo nas unidades públicas e nas privadas também", comentou o prefeito.
O decreto municipal proíbe a abertura de comércio, a não ser o de produtos alimentícios. Ele também impede o consumo de alimentos no interior desses estabelecimentos, como padarias. Serviços de call-center estão liberados, mas com regras - uma delas exige a troca de telefones entre os diferentes turnos. Os hotéis estão autorizados a operar, mas não poderão manter os restaurantes abertos.
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