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PF e Procuradoria abrem operação contra venda de decisões judiciais no TJ-RS

Prédio do TJ-RS (Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul) - Divulgação/TJ-RS
Prédio do TJ-RS (Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul) Imagem: Divulgação/TJ-RS

Redação

São Paulo

30/09/2021 15h24

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) abriram nesta quinta-feira, 30, uma operação para investigar indícios de venda de decisões judiciais no Tribunal de Justica do Rio Grande do Sul. A suspeita recai sobre um magistrado da Corte, que não teve o nome divulgado.

Os agentes fazem buscas na capital Porto Alegre e no município de Venâncio Aires. Ao todo, três investigados são alvos dos mandados de busca e apreensão, autorizados pela ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O objetivo da operação é colher provas para instruir um inquérito aberto na esteira da Operação Barbeiro, que prendeu em 2016 um policial civil acusado de cobrar propina para vazar dados de investigações a criminosos envolvidos com jogos de azar, tráfico de drogas, receptação e estelionato.

Ao pedir autorização do STJ para deflagrar a operação, a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo disse que os indícios de corrupção envolvendo o desembargador gaúcho são 'consistentes e diversificados'.

"Fontes independentes que convergem para a prática de condutas criminosas, especialmente do grande volume de transações financeiras suspeitas pelos investigados no período sindicado, cuja origem pode ser a negociação de decisões judiciais", afirma o MPF.

A ofensiva é mais um capítulo da 'Operação Lava Toga' da Procuradoria-Geral de República (PGR), que já denunciou corrupção de magistrados dos Tribunais de Justica da Bahia e do Amapá e investiga a Corte Estadual de Goiás.

Com a palavra, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul informou que não foi comunicado sobre a operação, mas está à disposição para colaborar com a investigação.

"O Tribunal de Justiça do RS não foi comunicado sobre a referida operação. Pelas informações divulgadas até o momento, o assunto tramita em Brasília, em segredo de justiça. O TJRS está à disposição para colaborar no que for de sua alçada", diz em nota.