Ônibus aquático de SP começa a operar na represa Billings, sem cobrança; veja
São Paulo
13/05/2024 21h11Atualizada em 14/05/2024 10h43
A Prefeitura de São Paulo inaugurou, nesta segunda-feira (13), o Aquático SP, transporte hidroviário que liga o Terminal Parque Mar Paulista Bruno Covas, em Pedreira, até o Terminal Cantinho do Céu, ambos na zona sul da capital. O percurso pela represa Billings tem duração de 17 minutos, enquanto por via terrestre pode levar de 40 minutos a 1 hora e 20 minutos.
Até o final deste ano, o sistema estará em operação assistida, com viagens gratuitas. A partir do ano que vem, será cobrado R$ 4,40 - a mesma tarifa dos ônibus urbanos - e haverá integração com o Bilhete Único.
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Nesta semana, as embarcações saem das 10 horas às 16 horas incluindo finais de semanas, e a expectativa é de 3.000 passageiros por dia. A partir da próxima semana, o horário será ampliado até às 17 horas. Nos próximos meses, o horário seguirá ampliando até a definição de um horário final, que não foi divulgado.
"A ideia é que a gente vá aumentando a quantidade de barcos e o horário de atendimento", afirma o prefeito Ricardo Nunes.
"Pelo que estou percebendo a demanda é grande, vai ajudar bastante as pessoas. A gente vai ampliando com os estudos, com a verificação se o terminal está adequado. A gente sabe que na prática sempre é necessário fazer algumas adequações", acrescentou.
Neste primeiro momento, são duas embarcações coletivas em funcionamento - uma tem capacidade para 60 passageiros sentados, que levou 17 minutos no trajeto, e a outra, para 30 pessoas, cujo trajeto durou 12 minutos.
Nunes afirmou que, devido à maior agilidade da embarcação menor, irá estudar a possibilidade de que a maior parte das futuras embarcações sejam para 30 passageiros. "Agora estou repensando se não é melhor termos mais barcos de 30 do que barcos de 60 passageiros", disse.
A expectativa é de que o novo modal atenda 385 mil pessoas que vivem nos bairros do Grajaú, Cocaia e Pedreira. A partir do Terminal Parque Mar Paulista, há uma nova linha de ônibus elétricos para levar os passageiros ao Terminal Santo Amaro, um dos gargalos de trânsito, onde é possível ter acesso ao metrô, CPTM e BRTs.
A operação funcionará normalmente em dias de chuvas, exceto em casos de temporal ou neblina intensa.
O sistema será operado pela Prefeitura, por meio da SPTrans, depois que a TransWolff, empresa de ônibus que seria responsável pelo novo transporte, se tornou alvo de uma investigação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que apura ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Questionamentos de ordem ambiental também afetaram a operação do modal.
Nunes afirmou, porém, que a intenção da prefeitura não é continuar com a operação do sistema hidroviário e que abrirá licitação em breve, mas que não deve voltar a ser operado pela TransWolff mesmo que o MP-SP não faça uma denúncia.
"Não temos intenção de manter a gestão de transporte, isso não é algo que está no horizonte da Prefeitura de São Paulo. a gente tem que ter foco na logística, na mobilidade da cidade e manter a cidade funcionando bem. A operação, o ideal, em questão de custo e desempenho, é da iniciativa privada", afirmou o prefeito.
Já existem planos para expandir o transporte hidroviário em São Paulo. No trajeto entre os terminais Parque Mar Paulista e Cantinho do Céu, haverá paradas, como a do Cocaia, que Nunes afirmou que está em estágio avançado, mas não deu uma data para inauguração da parada.
A Prefeitura planeja ainda um trajeto na Represa Guarapiranga, que deve ser implementado em 2025, segundo o prefeito.