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Vargas Llosa chama de "palhaçada" campanha presidencial peruana

Em Lima

28/03/2011 13h23

- O escritor peruano Mario Vargas Llosa definiu como "um torneio de palhaçadas" a campanha às eleições presidenciais no Peru, marcadas para o próximo dia 10 de abril.

O Prêmio Nobel de Literatura criticou que não haja um debate ideológico entre os candidatos, dizendo que eles "primam pelo espetáculo, e não pelas ideias, pelas convicções políticas".

"Não há visões conjuntas, só há espetáculo. Trata-se de conquistar o público pelo espetáculo", afirmou o escritor, autor de "A cidade e os cachorros" (1963) e "Travessuras da Menina Má" (2006).

"É uma pena que nesta campanha não tenha havido luta ideológica, e sim, um torneio de palhaçadas", ressaltou.

Para Vargas Llosa, os últimos dez anos foram de crescimento para o Peru e, por isso, é "patético" ver a maneira como estão sendo conduzidas as campanhas políticas.

"Temos uma classe média que cresceu muito, e que tem uma mentalidade muito mais aberta. Mas acho que, no campo político, no entanto, temos um atraso considerável em relação ao que está ocorrendo no Peru", analisou o escritor, que completa 75 anos de vida nesta segunda-feira.

De acordo com a última pesquisa de intenção de votos, divulgada hoje, o candidato esquerdista Ollanta Humala, da legenda Gana Peru, detém a preferência dos eleitores.

Nas últimas semanas, foi registrada uma reviravolta nos dados das pesquisas eleitorais. No início do mês, os estudos apontavam o ex-presidente Alejandro Toledo (2001-2006) como favorito, seguido pelo ex-prefeito de Lima Luis Castañeda e pela deputada Keiko Fujimori.

Na sexta-feira passada, outra pesquisa indicou que os principais candidatos à Presidência estavam tecnicamente empatados, no primeiro turno.

Já na pesquisa de hoje, Humala aparece com 21,2% das intenções de voto, seguido por Keiko Fujimori, com 19%, e Toledo, com 18,6%.