Governo diz que Irmandade pratica 'fascismo religioso'
A Presidência do Egito acusou neste sábado (17) a Irmandade Muçulmana de praticar um "fascismo religioso" devido aos confrontos registrados ao longo da semana e que provocaram a morte de centenas de pessoas.
"O povo egípcio saiu às ruas no dia 30 de junho contra o fascismo teológico e religioso", disse o conselheiro estratégico da Presidência interina do Egito, Mustafa Hegazy, referindo-se aos protestos que levaram à deposição de Mohamed Morsi, ligado à Irmandade Muçulmana.
Mais cedo, o primeiro-ministro do Egito, Hazem el-Beblawi, havia sugerido a dissolução da Irmandade Muçulmana. Neste sábado, militares egípcios entraram na mesquita de Al-Fateh, no Cairo, que estava lotada de simpatizantes da Irmandade Muçulmana. Houve resistência e foram feitos disparos dentro da mesquita.
Os confrontos no Egito começaram na última quarta-feira, quando a polícia usou a violência para desmontar acampamentos de islamitas, os quais tinham sido montados no dia 3 de julho, data em que o ex-presidente Mohamed Morsi foi deposto por militares em um golpe de Estado.
Desde então, foram registrados confrontos em todo o país, com os militares prendendo membros da Irmandade Muçulmana e esses, por sua vez, reagindo por meio de protestos e ataques.
Ontem, a Irmandade Muçulmana convocou o "Dia de Ira", o qual terminou com 1.004 detidos e 173 mortos, segundo o balanço mais recente do governo. A Irmandade Muçulmana, porém, disse que continuará resistindo à repressão do governo e promovendo novos protestos na próxima semana. A situação fez o governo do Egito decretar estado de emergência, que deve durar um mês, e levou o vice-presidente interino, Mohamed ElBaradei (Prêmio Nobel da Paz), a apresentar sua renúncia.
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