Macron desafia Trump e defende multilateralismo na ONU
NOVA YORK, 25 SET (ANSA) - O presidente da França, Emmanuel Macron, usou o seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira (25) para apelar ao "diálogo" e ao "multilateralismo" para enfrentar os desafios da comunidade internacional, alternativa oposta aos métodos de seu homólogo norte-americano, Donald Trump.
"Devemos olhar com lucidez para o tempo que vivemos hoje.
Vivemos uma crise da ordem liberal. A nossa capacidade de resposta coletiva é, muitas vezes, travada por divisões no Conselho de Segurança da ONU. Os responsáveis por isto, estão aqui, são os dirigentes que somos todos nós", advertiu.
Não devemos "exacerbar as tensões regionais", disse o presidente francês em referência à crise no Irã. Mais cedo, Trump defendera o unilateralismo, o protecionismo e os interesses norte-americanos antes de qualquer outra abordagem, além de fazer duras críticas ao Irã.
"A lei do mais forte, a tentação de todos seguirem sua própria lei: esse caminho, o do unilateralismo, nos leva diretamente ao recuo e ao conflito, ao confronto generalizado de todos contra todos, em detrimento de todos", disse o francês.
Macron ainda pediu o estabelecimento de um mecanismo coletivo para trabalhar em conjunto sobre o que cada país faz em sua nação para reduzir as desigualdades, avaliar e alinhar melhor as ações. "Proponho que as instituições internacionais, as Nações Unidas, a OCDE, nos apoiem na implementação deste mecanismo no qual o G7 terá que ser a força", disse ele, acrescentando que "para vencer as desigualdades, devemos mudar nossos métodos, rever nossas regras, em questões comerciais e sociais".
Durante seu discurso, o presidente francês também abordou a questão do conflito árabe-israelense. "Promover iniciativas unilaterais não resolverá o conflito", disse.
Acordo de Paris Macron também pediu para todos os líderes não fazerem acordos comerciais com os países que não respeitam o Acordo de Paris sobre a Mudança Climática. "Devemos estar satisfeitos com os compromissos que assumimos, não devemos assinar mais acordos comerciais com países que não respeitam o acordo de Paris", disse Macron.
Da mesma forma, o chefe de Estado propôs adaptar o G-7 à nova realidade para que "não sejamos os países ricos" que dirão como lidar com as desigualdades por conta própria, sendo assim, pediu para incluir a África de alguma forma nesses debates.
Irã rebate Trump O presidente do Irã, Hassan Rouhani, também aproveitou seu discurso na ONU e afirmou que o governo dos Estados Unidos "parece determinado a tornar eficazes todas as instituições internacionais".
"Como o Irã pode entrar em um acordo com uma administração que viola as políticas de seu antecessor? Começar um diálogo passa por acabar com as ameaças e sanções injustas que nega os princípios da ética e da lei internacional", afirmou. Rouhani fez duras críticas e reclamou da posição de Trump de sair do acordo nuclear multilateral com o Irã. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
"Devemos olhar com lucidez para o tempo que vivemos hoje.
Vivemos uma crise da ordem liberal. A nossa capacidade de resposta coletiva é, muitas vezes, travada por divisões no Conselho de Segurança da ONU. Os responsáveis por isto, estão aqui, são os dirigentes que somos todos nós", advertiu.
Não devemos "exacerbar as tensões regionais", disse o presidente francês em referência à crise no Irã. Mais cedo, Trump defendera o unilateralismo, o protecionismo e os interesses norte-americanos antes de qualquer outra abordagem, além de fazer duras críticas ao Irã.
"A lei do mais forte, a tentação de todos seguirem sua própria lei: esse caminho, o do unilateralismo, nos leva diretamente ao recuo e ao conflito, ao confronto generalizado de todos contra todos, em detrimento de todos", disse o francês.
Macron ainda pediu o estabelecimento de um mecanismo coletivo para trabalhar em conjunto sobre o que cada país faz em sua nação para reduzir as desigualdades, avaliar e alinhar melhor as ações. "Proponho que as instituições internacionais, as Nações Unidas, a OCDE, nos apoiem na implementação deste mecanismo no qual o G7 terá que ser a força", disse ele, acrescentando que "para vencer as desigualdades, devemos mudar nossos métodos, rever nossas regras, em questões comerciais e sociais".
Durante seu discurso, o presidente francês também abordou a questão do conflito árabe-israelense. "Promover iniciativas unilaterais não resolverá o conflito", disse.
Acordo de Paris Macron também pediu para todos os líderes não fazerem acordos comerciais com os países que não respeitam o Acordo de Paris sobre a Mudança Climática. "Devemos estar satisfeitos com os compromissos que assumimos, não devemos assinar mais acordos comerciais com países que não respeitam o acordo de Paris", disse Macron.
Da mesma forma, o chefe de Estado propôs adaptar o G-7 à nova realidade para que "não sejamos os países ricos" que dirão como lidar com as desigualdades por conta própria, sendo assim, pediu para incluir a África de alguma forma nesses debates.
Irã rebate Trump O presidente do Irã, Hassan Rouhani, também aproveitou seu discurso na ONU e afirmou que o governo dos Estados Unidos "parece determinado a tornar eficazes todas as instituições internacionais".
"Como o Irã pode entrar em um acordo com uma administração que viola as políticas de seu antecessor? Começar um diálogo passa por acabar com as ameaças e sanções injustas que nega os princípios da ética e da lei internacional", afirmou. Rouhani fez duras críticas e reclamou da posição de Trump de sair do acordo nuclear multilateral com o Irã. (ANSA)
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