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Em Davos, Bolsonaro diz que se preocupa com meio ambiente

22/01/2019 13h06

SÃO PAULO, 22 JAN (ANSA) - O presidente Jair Bolsonaro fez nesta tarde (22) sua estreia no cenário internacional, em um discurso no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça.   


Bolsonaro fez um pronunciamento rápido, de menos de oito minutos, diante de líderes políticos estrangeiros, economistas e empresários. Como já era previsto, Bolsonaro adotou um tom de "apresentação", enumerando suas promessas de governo e explicando o projeto de Brasil que pretende construir durante seu mandato, iniciado em 1 de janeiro. "Confesso que estou emocionado e me sinto muito honrado em me dirigir a uma plateia tão seleta. Hoje em dia, um precisa do outro. O Brasil precisa de vocês. E vocês, com toda certeza, em partes, precisam do Brasil", começou dizendo o brasileiro. "Essa é a primeira viagem internacional que realizo após minha eleição, prova da importância que atribuo a esse fórum. Essa viagem também é, para mim, um momento único para mostrar o que o Brasil está construindo".   


Bolsonaro ressaltou que venceu as eleições de outubro com uma "campanha de menos de um milhão de dólares e poucos minutos de televisão". "Assumi o Brasil com uma profunda crise ética, moral e econômica. Montei um equipe de ministros qualificados, não aceitando ingerências políticas e partidárias que no passado geraram corrupção. Aqui entre nós, meu ministro da Justiça, Sergio Moro, o homem certo para o combate à corrupção e à lavagem do dinheiro" disse Bolsonaro, em uma tentativa de desvincular a imagem do Brasil no exterior após a Operação Lava Jato.   


Focando nos investidores e nas empresas, Bolsonaro prometeu promover privatizações, respeitar os contratos e realizar reformas que facilitem investimentos e o empreendedorismo, além de manter negócios com países do mundo todo - mas sem dar detalhes em relação a ideologias. "Vamos simplificar a vida de quem quer empreender e investir, respeitar contratos, equilibrar as contas públicas e privatizar", afirmou, criticando o fato do Brasil "ser uma das economias mas fechadas". "Vamos abrir a economia, mudar essa condição é uma das metas desse governo. Vamos entrar para o ranking dos 50 melhores países para investir, com a ajuda do Paulo Guedes", completou.   


Bolsonaro também disse que cuidará da preservação ambiental no Brasil, uma questão que o presidente vinha sendo criticado pela oposição e por ONGs locais. "Nossa missão agora é avançar na compatibilização entre preservação do meio ambiente e desenvolvimento econômico. Os setores que nos criticam têm, na verdade, muito a aprender conosco", alegou.   


Em vários momentos, Bolsonaro tentou se livras das críticas e dos questionamentos em relação às suas políticas ambientais.   


Mas, apesar de se comprometer publicamente na preservação do meio ambiente, Bolsonaro não citou de maneira explícita o Acordo de Paris, como esperavam alguns dos convidados. O governo brasileiro, nas últimas semanas, cogitou a possibilidade de deixar o acordo, o que gerou repercussão negativa no exterior. Na comitiva de Bolsonaro a Davos, também não há representante do Ministério do Meio Ambiente. Em seu discurso, Bolsonaro contou ainda que quer investir na segurança pública e aumentar o turismo no Brasil. "Vamos investir em segurança para que vocês nos visitem com segurança com suas famílias. O Brasil é um paraíso, mas ainda muito pouco conhecido. Não está na lista dos 40 principais destinos do mundo", afirmou. "Vamos resgatar nossos valores e abrir nossa economia. Defender nossa família, os verdadeiros direitos humanos, uma educação que prepare nossa juventude para os desafios futuros", disse Bolsonaro. "Que o mundo resgate a confiança em nós. Estamos de braços abertos. Quero um mundo de paz, liberdade e democracia".   


Logo após o breve discurso, o fundador do Fórum, Klaus Martin Schwab, fez perguntas a Bolsonaro e pediu para o presidente citar detalhes de quais medidas concretas pretende adotar nos seus primeiros meses de governo contra a corrupção, para estimular a economia e preservar o meio ambiente.   


Bolsonaro respondeu de maneira evasiva, citando apenas a Reforma da Previdência, e repetiu, com outras palavras, os mesmos trechos de seu discurso. Venezuela e Imigração - A crise política na Venezuela e a imigração de venezuelanos ao Brasil não foram mencionadas no discurso. No início de janeiro, O Itamaraty comunicou a diplomatas em missões no exterior que o Brasil deixaria o Pacto de Migração das Nações Unidas. (ANSA)
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