• ENTRE
Topo

Esse conteúdo é antigo

Suspeitos admitem crimes em caso sobre fundos da Liga

11/02/2021 14h05

MILÃO, 11 FEV (ANSA) - Dois suspeitos de um inquérito que investiga um suposto desvio de recursos envolvendo a Liga, partido de extrema direita liderado pelo senador italiano Matteo Salvini, fecharam um acordo com o Ministério Público para admitir seus crimes.   

O contador Michele Scillieri, em cujo escritório foi registrado o movimento "Lega per Salvini Premier", em 2017, aceitou uma pena de três anos e oito meses de prisão, além de 85 mil euros em multa. Ele é acusado de peculato, fraude em licitação e crimes fiscais.   

Já seu cunhado Fabio Barbarossa, que responde por peculato e crimes fiscais, concordou com dois anos e dois meses de reclusão e ressarcimento de 30 mil euros. O acordo ainda precisa ser aprovado por um juiz.   

O caso - O inquérito apura um suposto desvio de fundos do governo da Lombardia, comandado pela Liga desde 2013. Segundo o Ministério Público, o liquidador Luca Sostegni teria inflado o preço de um galpão industrial em Cormano, perto de Milão, vendido por 800 mil euros para a Lombardia Film Commission, fundação de audiovisual constituída pelo governo regional e pela Prefeitura milanesa.   

Sostegni foi preso em julho de 2020, em Milão, com uma passagem aérea para o Brasil, e já negociou uma pena de quatro anos e 10 meses de prisão, além de ressarcimento de 20 mil euros.   

Além de Scillieri, a investigação mira outros dois contadores ligados ao partido de Salvini e que teriam sido os idealizadores da operação: Alberto Di Rubba, ex-presidente da Lombardia Film Commission e ex-revisor das contas da Liga na Câmara dos Deputados; e Andrea Manzoni, profissional de confiança do partido.   

O imóvel em questão foi comprado pela Lombardia Film Commission em 2018, durante a gestão de Di Rubba, que usou na aquisição 800 mil do 1 milhão de euros repassado pelo governo lombardo.   

O galpão estava em nome da imobiliária Andromeda, que o comprara pela metade do preço da empresa Paloschi, da qual Sostegni era liquidador. A suspeita é de que este último seria laranja de Scillieri.   

Parte da quantia, 260 mil euros, teria ido parar em uma conta da empresa Fidirev, que controlava a Futuro Partecipazione, companhia administrada por Scillieri e proprietária da imobiliária Andromeda.   

A Guarda de Finanças tenta reconstruir os fluxos financeiros ligados à compra do galpão para identificar os reais beneficiários dos 800 mil euros.   

Em seu acordo com o MP, Scillieri também afirmou que Di Rubba e Manzoni, em estreito contato com o tesoureiro da Liga, Giulio Centemero, teria feito "rodar" as finanças do partido por meio de recibos falsos em nome de profissionais e empresas "fiéis".   

Em troca, esses beneficiários teriam devolvido até 15% do montante à Liga, segundo o contador.   

Os suspeitos que aparecem no caso de Milão também são investigados pelo Ministério Público de Gênova, que tenta descobrir onde foram parar 49 milhões de euros desviados na década de 2000 pela Liga, que já foi condenada a restituir o dinheiro, mas em prestações anuais de 600 mil euros. (ANSA).   

Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.


Seja o primeiro a comentar

Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.


publicidade