Turquia construirá muro na fronteira com a Grécia para conter imigração ilegal

A Turquia vai construir um muro na fronteira com a Grécia para prevenir a entrada de migrantes clandestinos na União Europeia (UE). O anúncio foi feito nesta quarta-feira (5) por Yunus Sezer, governador da província turca de Edirne, no noroeste do país.

O governo turco espera construir ainda neste ano os primeiros 8,5 quilômetros da barreira, ao longo da fronteira terrestre entre a Turquia e Grécia. O trecho de 200 quilômetros é paralelo ao rio Evros, chamado de Meriç pelos turcos, em praticamente toda sua extensão.

De acordo com o governo, o prolongamento do muro será construído em outras partes da fronteira, mas não foram dados mais detalhes sobre as obras. A província turca, situada ao oeste de Istambul, também faz divisa com a Bulgária, outro membro da UE.

Em 2016, a UE e a Turquia assinaram um acordo para que o país mantivesse em seu território os refugiados sírios - 2,9 milhões de pessoas, segundo estimativas. O acordo, assinado após a chegada de mais de um milhão de refugiados à UE em 2015, tinha como contrapartida dois pagamentos de € 3 bilhões (mais de US$ 3,2 bilhões de dólares, na taxa de câmbio atual, e o equivalente a R$ 18,8 bilhões) para a Turquia.

As ONGs criticaram o pacto, que consideram uma manobra do bloco para terceirizar a gestão do fluxo migratório.

Fluxo migratório é maior no mar

Em fevereiro e março de 2020, dezenas de milhares de migrantes também chegaram à fronteira e tentaram entrar na Grécia, após o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ameaçar abrir suas fronteiras com a UE.

Atenas construiu na época uma barreira de aço de dezenas de quilômetros em sua fronteira com a Turquia. Mas, apesar do reforço nas fronteiras terrestres, o fluxo migratório entre a Turquia e a Grécia passa principalmente pelo mar, já que as ilhas gregas do leste do Egeu ficam perto do litoral turco.

A Turquia, por sua vez, construiu nos últimos anos muros com uma extensão de 1.000 quilômetros ao longo de suas fronteiras com o Irã e a Síria, para impedir as entradas migrantes irregulares. No final de fevereiro, seis migrantes morreram em águas turcas quando tentavam chegar à ilha grega de Samos em um bote inflável.

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Com informações da AFP

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