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Negacionista da Covid, presidente da Tanzânia morre aos 61 anos
DAR ES SALAAM, 18 MAR (ANSA) - O presidente da Tanzânia, John Magufuli, morreu nesta quarta-feira (17), aos 61 anos, em decorrência de "problemas cardíacos", informou a vice-presidente, Samia Suluhu Hassan, em um discurso transmitido pela televisão.
"É com profundo pesar que vos informo que hoje, 17 de março de 2021, às 18h, nós perdemos o nosso corajoso líder, o presidente da República da Tanzânia, John Pombe Magufuli", disse Hassan.
Segundo a vice-líder do país, Magufuli foi internado por alguns dias no dia 6 de março no Jakaya Kikwete Cardiac Institute e depois recebeu alta. Mas, no dia 14 de março foi hospitalizado novamente.
Porém, os opositores afirmam que a verdadeira causa da morte do mandatário, que estava ausente de qualquer aparição pública desde 27 de fevereiro, foi a Covid-19.
Magufuli era um negacionista da doença e dizia que a Tanzânia não tinha mais casos do coronavírus Sars-CoV-2 "há mais de um ano". Os dados oficiais pararam de ser publicados logo depois dos primeiros contágios terem sido registrados no país africano.
Apesar das autoridades tanzanianas criarem orientações sanitárias sobre como enfrentar o coronavírus, como lavar as mãos, usar máscaras e manter o distanciamento, Magufuli não seguia as regras e dizia para a população rezar e usar ervas medicinais para evitar contrair a Covid-19.
Além disso, em outubro do ano passado, ele realizou as eleições gerais sem nenhum tipo de preocupação sanitária - em ato que suscitou críticas dos opositores e também de países vizinhos.
Desde o início desse ano, o país vem registrando uma alta expressiva no número de óbitos, mas o governo afirmou que as mortes foram causadas por "pneumonia". E esses casos também ocorreram dentro do alto escalão político, mas foram negados oficialmente.
Em 19 de fevereiro, Magufuli participou do funeral do chefe de administração pública de seu governo, John Kijazi, que não teve a causa do óbito revelada, e disse que o governo estava enfrentando uma "doença respiratória". No dia 24, três dias antes do "sumiço" do presidente, o ministro da Economia, Philip Mpango, tinha sintomas da Covid-19 (tosse e dificuldade de respirar) e deu uma coletiva de imprensa negando a doença.
Também nesta semana, um líder político de Zanzibar morreu com todos os sintomas.
Nesta quinta-feira (18), um dos líderes da oposição, Tindu Lissu, que vive um exílio na Bélgica, voltou a afirmar que Magufuli morreu de Covid-19. O opositor foi o primeiro a se manifestar publicamente dizendo que tinha informações da Inteligência do país africano falando que o mandatário estava internado pela doença.
"Isso foi uma justiça poética. O presidente Magufuli desafiou o mundo na luta contra o coronavírus, desafio a ciência, se negou a adotar as precauções básicas e morreu de coronavírus", disse Lissu em uma entrevista à emissora "KTN News". O opositor ainda afirmou que Magufuli "está morto desde a quarta-feira da semana passada".
Aos 61 anos, o presidente foi reeleito em outubro do ano passado para o cargo que ocupava desde 2015. (ANSA).
Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
"É com profundo pesar que vos informo que hoje, 17 de março de 2021, às 18h, nós perdemos o nosso corajoso líder, o presidente da República da Tanzânia, John Pombe Magufuli", disse Hassan.
Segundo a vice-líder do país, Magufuli foi internado por alguns dias no dia 6 de março no Jakaya Kikwete Cardiac Institute e depois recebeu alta. Mas, no dia 14 de março foi hospitalizado novamente.
Porém, os opositores afirmam que a verdadeira causa da morte do mandatário, que estava ausente de qualquer aparição pública desde 27 de fevereiro, foi a Covid-19.
Magufuli era um negacionista da doença e dizia que a Tanzânia não tinha mais casos do coronavírus Sars-CoV-2 "há mais de um ano". Os dados oficiais pararam de ser publicados logo depois dos primeiros contágios terem sido registrados no país africano.
Apesar das autoridades tanzanianas criarem orientações sanitárias sobre como enfrentar o coronavírus, como lavar as mãos, usar máscaras e manter o distanciamento, Magufuli não seguia as regras e dizia para a população rezar e usar ervas medicinais para evitar contrair a Covid-19.
Além disso, em outubro do ano passado, ele realizou as eleições gerais sem nenhum tipo de preocupação sanitária - em ato que suscitou críticas dos opositores e também de países vizinhos.
Desde o início desse ano, o país vem registrando uma alta expressiva no número de óbitos, mas o governo afirmou que as mortes foram causadas por "pneumonia". E esses casos também ocorreram dentro do alto escalão político, mas foram negados oficialmente.
Em 19 de fevereiro, Magufuli participou do funeral do chefe de administração pública de seu governo, John Kijazi, que não teve a causa do óbito revelada, e disse que o governo estava enfrentando uma "doença respiratória". No dia 24, três dias antes do "sumiço" do presidente, o ministro da Economia, Philip Mpango, tinha sintomas da Covid-19 (tosse e dificuldade de respirar) e deu uma coletiva de imprensa negando a doença.
Também nesta semana, um líder político de Zanzibar morreu com todos os sintomas.
Nesta quinta-feira (18), um dos líderes da oposição, Tindu Lissu, que vive um exílio na Bélgica, voltou a afirmar que Magufuli morreu de Covid-19. O opositor foi o primeiro a se manifestar publicamente dizendo que tinha informações da Inteligência do país africano falando que o mandatário estava internado pela doença.
"Isso foi uma justiça poética. O presidente Magufuli desafiou o mundo na luta contra o coronavírus, desafio a ciência, se negou a adotar as precauções básicas e morreu de coronavírus", disse Lissu em uma entrevista à emissora "KTN News". O opositor ainda afirmou que Magufuli "está morto desde a quarta-feira da semana passada".
Aos 61 anos, o presidente foi reeleito em outubro do ano passado para o cargo que ocupava desde 2015. (ANSA).
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