Topo

Esse conteúdo é antigo

Itália lembra Holocausto e pede educação contra intolerância

27/01/2022 11h12

ROMA, 27 JAN (ANSA) - No Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, o presidente da Itália, Sergio Mattarella, pediu que a educação seja usada para evitar qualquer tipo de nova intolerância no mundo atual.   

"O Dia da Memória, que se celebra hoje em todo o mundo, nos impõe solenemente lembrar dos milhões de mortos, os lutos e os sofrimentos de tantas vítimas inocentes, incluindo muitos italianos. Mas, nos convida a prevenir e combater, hoje e no futuro, qualquer semente de racismo, antissemitismo, discriminação e intolerância. Isso se faz a partir dos bancos das escolas porque o conhecimento, a informação e a educação têm papéis fundamentais em promover uma sociedade justa e solidária", disse Mattarella nesta quinta-feira (27).   

O mandatário ainda lembrou episódios recentes de racismo e antissemitismo na Itália e ressaltou que isso mostra "que nunca podemos baixar a guarda".   

"Auschwitz, com seus corredores escuros, chaminés, câmaras de gás, tornou-se um símbolo do horror nazista, do mal absoluto.   

Mas é, e deve ser, o testemunho constante das maldades que o homem é capaz quando se abandona, traindo a sua própria humanidade, e causa sentimentos, palavras e ideologias de ódio e de morte", acrescentou.   

O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, também se manifestou pela data e disse que hoje o mundo "lembra do horror do antissemitismo".   

"Renovemos nosso compromisso coletivo para combater qualquer tipo de tentativa de cancelar a memória. Lembrar o compromisso é para o presente e a fundação para o futuro", afirmou.   

Políticos de todas as vertentes ideológicas também se manifestaram pela data, mas poucos compareceram os eventos no território porque o Parlamento está votando em quem será o novo presidente da Itália.   

Quem também se manifestou foi a Conferência Episcopal da Itália (CEI), que afirmou que a data "nos faz lembrar que o Holocausto, as leis raciais, a perseguição italiana aos cidadãos judeus, os italianos que sofreram a deportação, a prisão, a morte, além de todas as vítimas de um projeto de extermínio".   

"Esse dia não é apenas uma simples recordação que se repete ano após ano, mas é também e sobretudo um compromisso para o futuro.   

Para que o que aconteceu não se repita mais", disse a entidade em uma longa nota.   

O papa Francisco, por sua vez, havia se manifestado publicamente pela data nesta quarta-feira (26), durante a audiência geral.   

"É necessário lembrar do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de diversas nacionalidades e crenças religiosas. Não deve nunca mais se repetir essa indizível crueldade. Faço um apelo a todos, especialmente aos professores e às famílias, para que favoreçam nas novas gerações a consciência desse horror, dessa página negra da história. Não deve ser esquecida até que se possa construir um futuro onde a dignidade humana não seja mais pisoteada", afirmou Francisco.   

Europa - Diversas também foram as manifestações de políticos europeus pela data, bem como as cerimônias para lembrar das vítimas do Holocausto.   

"Não vamos parar de falar do Holocausto. O Parlamento Europeu continuará a apoiar os nossos valores europeus e os direitos humanos fundamentais. Colocaremos fim às discriminações", escreveu em seu Twitter a presidente do Europarlamento, Roberta Metsola.   

Durante a sessão desta quinta, uma sobrevivente do Holocausto foi convidada para participar. Trata-se de Margot Friedlander, 100 anos, que prestou seu depoimento. Em 1943, sua mãe e seu irmão foram deportados para Auschwitz e assassinados. Com 21 anos na época, ela conseguiu se esconder, mas foi achada pelos nazistas em 1944 e deportada para o campo de concentração de Theresienstadt. Foi a única de sua família a sobreviver.   

Já no campo de Auschwitz, uma cerimônia com sobreviventes foi realizada, mas em número reduzido por conta da pandemia de Covid-19.   

O dia 27 de janeiro marca a data em que os militares soviéticos conseguiram chegar ao campo de extermínio nazista mais famoso e libertar os últimos prisioneiros. No local, também viram os horrores do regime, com os fornos de cremação e as câmaras de gás, além de milhares de itens pessoais dos prisioneiros e muitos restos mortais.   

Atualmente, o local é um museu aberto para a visitação do público. (ANSA).   

Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.