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Zelensky faz duro discurso à Otan e pede mais ajuda militar

24/03/2022 09h31

BRUXELAS, 24 MAR (ANSA) - O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez um duro discurso durante a reunião de cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que está sendo realizada em Bruxelas, nesta quinta-feira (24) e cobrou mais envio de armas e equipamentos militares para que o país possa se defender dos ataques da Rússia.   

"Precisamos de ajuda militar sem restrições. Vocês têm ao menos 20 mil blindados e a Ucrânia está pedindo 1% dos seus blindados.   

Podem nos dar ou nos vender, mas não nos deixem sem resposta.   

Precisamos de uma resposta clara", afirmou o mandatário.   

Zelensky disse que esses meios militares servem "para bloquear as nossas cidades onde a Rússia tem centenas de milhares de pessoas como reféns, criando artificialmente a fome e destruindo bairros residenciais literalmente em cinzas".   

"A Otan precisa mostrar o que pode fazer mais para salvar as pessoas. Precisa mostrar que é verdadeiramente a mais potente associação de defesa do mundo. E o mundo está esperando. E a Ucrânia está esperando ainda mais em ver uma verdadeira ação", pontuou, ressaltando que a Rússia "tem planos de ir mais além da Ucrânia" e que sente que seu país está em uma "zona cinzenta" por não fazer parte da Aliança e nem da União Europeia.   

Por diversas vezes, o presidente ucraniano deu a entender que seu governo desistiu de entrar na Otan - o que é também uma exigência de Moscou nas negociações para um acordo de paz -, mas voltou a fazer um apelo para que a Aliança não desdenhe de suas forças armadas.   

"A Rússia está usando tudo que tem disponível e, depois de uma guerra assim, por favor, não digam mais que o nosso Exército não satisfaz os padrões da Otan", afirmou. Desde o início do ataque da Rússia, em 24 de fevereiro, os países da Otan têm se limitado a enviar meios militares para ajudar a Ucrânia a se defender, mas não envia tropas ou fechou o espaço aéreo como pedido por Kiev. Para os líderes da Aliança, uma ação mais ativa poderia significar uma declaração de guerra contra Moscou e a ampliação do conflito na Europa.   

Já o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou que a Otan continuará a ajudar a Ucrânia a se defender. Além disso, ele pontuou que deve ser aprovado o pedido para o envio de grupos de combates para o Leste, em particular, para a Bulgária, Romênia, Eslováquia e Hungria.   

Ainda em seu discurso de abertura, Stoltenberg destacou que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, "cometeu um grande erro" ao atacar um Estado soberano e "subavaliou" a capacidade de resistência dos ucranianos e de suas forças armadas.   

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, postou em sua conta no Twitter uma mensagem sobre o encontro. "Hoje, em Bruxelas, estou encontrando os aliados da Otan, os membros do G7 e o Conselho Europeu para discutir a nossa resposta ao ataque injustificado e não provocado da Rússia contra a Ucrânia.   

Estamos unidos em defesa da democracia e com o povo da Ucrânia", postou.   

A mídia que cobre o evento ainda destacou que há um consenso entre os líderes para que Stoltenberg permaneça mais um ano à frente da Otan por conta da guerra ucraniana.   

China - A China também foi pauta da reunião da Otan antes e durante o início do encontro. Stoltenberg voltou a fazer um apelo para que Pequim "condene a invasão russa" e alertou para que o país "não dê apoio político e militar" aos invasores.   

"Estamos diante da mais grave crise para uma geração inteira", disse o chefe da Otan.   

Por outro lado, Pequim acusou Stoltenberg de "difundir desinformação" ao dizer que a China apoia a guerra da Rússia contra a Ucrânia. "A posição da China é coerente com os desejos da maior parte dos países e qualquer acusação ou suspeição injustificadas contra a China será derrotada", disse um dos porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, nesta quinta.   

"Nós sempre apoiamos que a Ucrânia deveria se tornar uma ponte entre Oriente e Ocidente ao invés de se tornar uma partida de primeira linha entre grandes potências", acrescentou ainda.   

(ANSA).   

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