Matador de delator do PCC é filmado andando tranquilo em Guarulhos (SP)
Novas imagens de um dos assassinos do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, 38, foram divulgadas ontem pelo SBT Brasil. Delator do PCC (Primeiro Comando da Capital), ele foi morto com dez tiros de fuzis disparados por dois homens na tarde do último dia 8 no aeroporto internacional de Guarulhos.
O atirador foi flagrado por câmeras de segurança andando tranquilamente na rua logo após descer do ônibus 3235 da Viação Campo dos Ouros, no bairro guarulhense do Jardim Cocaia. A Polícia Civil ainda não o identificou, mas diz que ele tem mais de 1,90 m.
Policiais afirmaram que o suspeito tem as mesmas características físicas de um integrante do PCC condenado a 23 anos de prisão pelo assassinato de um investigador da Delegacia de Roubos a Bancos do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), em janeiro de 1997, em Itaquera, na zona leste.
O suspeito e o comparsa dele, o segundo atirador, já haviam sido filmados pelas câmeras de segurança do ônibus, assim que embarcaram em um ponto a 6 km de distância do aeroporto, como divulgou esta coluna na última quinta-feira (21).
Assim que desceram do coletivo, ambos se separaram. Porém, minutos depois, foram resgatados por Kauê do Amaral Coelho, 29, apontado como o olheiro que estava no saguão do aeroporto e avisou os atiradores sobre o momento da saída do empresário do terminal 2 de passageiros.
Logo após matar Gritzbach, os assassinos fugiram num Gol preto dirigido por um comparsa. O veículo teria apresentado problema mecânico e foi abandonado não muito longe do aeroporto. O motorista fugiu a pé. As armas também foram deixadas nas proximidades, em um terreno baldio.
O DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) apurou que Kauê usou um Audi também preto para dar fuga aos atiradores. Segundo a polícia tanto o Audi quanto o Gol foram cedidos aos criminosos por Matheus Augusto de Castro Mota,33.
Sócios em uma adega
Kauê e Matheus são donos de uma adega. Eles estão foragidos e tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça. O olheiro recebeu um Pix de R$ 5 mil do sócio e fugiu para o Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, mas acabou expulso de lá por traficantes de drogas do CV (Comando Vermelho).
O DHPP acredita que o PCC pode estar por trás do crime, já que Gritzbach delatou integrantes e revelou o esquema de lavagem de dinheiro da facção. Mas não descarta a possibilidade do envolvimento de policiais civis no homicídio nem de faccionados do CV.
Os agentes públicos também delatados por Gritzbach são acusados de cobrar propina para tirar o nome dele no inquérito que respondeu pela morte de Anselmo Bechelli Santa Fausta, 38, o Cara Preta, narcotraficante do PCC, e do motorista Antônio Corona Neto, 33, o Sem Sangue, em dezembro de 2021.
O empresário passou a receber ameaças e havia contratado ao menos nove policiais militares para cuidar de sua segurança pessoal. Ele tinha viajado com a namorada, um motorista e um dos PMs da escolta para Maceió. Lá recebeu R$ 1 milhão em joias de um homem que lhe devia R$ 6 milhões.
No retorno a São Paulo, ao desembarcar em Guarulhos, foi atingido por 10 tiros. Segundo o DHPP, a ação dos atiradores demorou sete segundos. Um motorista de aplicativo que estava no saguão do terminal 2 também foi baleado e não resistiu.
Os PMs da escolta do empresário foram afastados das funções e correm o risco de serem expulso da corporação, pois faziam "bico" para uma pessoa acusada por duplo homicídio, lavagem de dinheiro e envolvimento com associação criminosa.
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Quero receberA SSP (Secretaria Estadual da Segurança Pública) afirmou que os policiais civis delatados por Gritzbach, incluindo um delegado e dois investigadores do DHPP também foram afastados.
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