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Prefeito de Mariupol estima mais de 10 mil mortes na cidade

12/04/2022 07h33

ROMA, 12 ABR (ANSA) - O prefeito de Mariupol, Vadym Boychenko, afirmou nesta terça-feira (12) que mais de 10 mil pessoas já morreram na cidade desde o início dos ataques da Rússia, em 24 de fevereiro. A declaração foi dada pelo líder municipal à agência de notícias Associated Press.   

No entanto, Boychenko afirmou que esse número pode dobrar já que muitas pessoas podem ter morrido de fome ou por falta de cuidados médicos em seus esconderijos. O prefeito ainda acusou os russos de largarem corpos pelas ruas da cidade e de bloquearem por semanas a entrada da ajuda humanitária pelos corredores humanitários.   

Localizada no Mar de Azov, Mariupol é um porto estratégico da Ucrânia e fica na área separatista de Donetsk. Desde fevereiro, ela está completamente sitiada pelas forças militares russas e por milícias separatistas com mais de 100 mil moradores ainda presos dentro da localidade sem comida, água ou medicamentos constantes.   

A situação é considerada uma das mais dramáticas da guerra no país. Nesta terça, mais sete pessoas morreram durante um ataque russo contra a sede da ONG católica Cáritas na cidade, segundo informou a presidente da instituição no país, Tetiana Stawnychy.   

O edifício foi atingido por um tanque russo e, no momento do ataque, diversas pessoas estavam no local buscando proteção, apesar do centro não estar fazendo atendimentos por problemas com a segurança. Entre as sete vítimas, duas eram funcionárias da ONG.   

"É uma tragédia para todos nós, especialmente, para a nossa comunidade Cáritas de Mariupol. Não temos mais informações no momento e não é possível irmos até lá nesse momento", acrescentou Stawnychy.   

Ataque químico - Após a denúncia de que a Rússia teria usado drones para fazer um ataque com "substâncias venenosas" em Mariupol, a vice-ministra da Defesa, Hanna Malyar, informou que uma investigação está em andamento.   

Segundo dados preliminares, "há uma teoria que eles podem ter usado munições com fósforo", mas "mais tarde daremos mais informações oficiais".   

Há semanas o governo ucraniano e das potências ocidentais alertam para o risco da Rússia usar armas químicas em ataques na Ucrânia. Apesar de proibido, esse recurso já foi usado em outros cenários de guerra dos quais os russos participaram, como em ataques contra civis na Síria. (ANSA).   

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