Topo

Biden faz ataques a Putin durante discurso na Assembleia da ONU

21/09/2022 13h10

NOVA YORK, 21 SET (ANSA) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez um duro ataque contra seu homólogo russo, Vladimir Putin, durante seu discurso nesta quarta-feira (21) na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, por conta da invasão na Ucrânia.   

O conflito europeu foi o foco inicial da fala do democrata, mas as críticas ao governo de Vladimir Putin permearam todo o longo discurso.   

"A guerra foi escolhida por um homem que escolheu ser cruel, um proeminente membro do Conselho de Segurança da Nações Unidas decidiu invadir o país vizinho, violando a Carta da ONU. Hoje, o presidente Putin voltou a fazer ameaças nucleares contra a Europa, em um claro desrespeito ao direito internacional", afirmou referindo-se ao pronunciamento do mandatário russo sobre a mobilização nacional.   

Biden ainda disse que o Kremlin está fazendo uma "série de referendos falsos" para tentar legitimar sua invasão e lembrou de discursos de Putin que diziam que a Ucrânia "foi criada pela Rússia" e não tinha o direito de ser um Estado".   

"Putin dizia que tinha que agir porque a Rússia estava sendo ameaçada. Mas ninguém estava ameaçando a Rússia, não tinha nenhuma ameaça de invasão. E nós avisamos que isso [guerra] estava para acontecer e tentamos negociar, com intermediação de vários de vocês, para que isso não acontecesse", pontuou ainda.   

O líder norte-americano ainda reiterou seu apoio à Ucrânia, com o envio de ajuda humanitária e militar que já está na casa dos US$ 25 bilhões, e ressaltou que o horror da guerra de Putin pode ser visto com as "valas comuns" e com os ataques às escolas e aos hospitais ucranianos.   

"O mundo foi testado, mas nós não hesitamos e nós escolhemos a democracia, a soberania, os princípios que existem na ONU. Os EUA querem que essa guerra acabe em termos justos para que não seja possível mais tomar territórios dos outros à força. O único país que está impedindo isso é a Rússia. Precisamos ser claros e firmes: a Ucrânia tem os mesmos direitos de qualquer nação soberana e vamos nos manter solidários", acrescentou.   

Em outro ponto relevante do discurso, Biden defendeu abertamente uma reforma no Conselho de Segurança da ONU, que hoje tem apenas cinco membros permanentes - China, EUA, França, Reino Unido e Rússia -, e pediu o fim do "direito ao veto" feito por um único país.   

"Acredito que chegou o tempo dessa instituição [ONU] ficar mais inclusiva para enfrentar os problemas da sociedade hoje. Por isso, os EUA apoiam o aumento de membros permanentes no Conselho de Segurança para mais países", pontuou.   

Na segunda metade de seu discurso, o presidente norte-americano focou em diversos temas diferentes, como o combate às crises climáticas, à insegurança alimentar e conflitos ao redor do mundo. No entanto, em cada um dos tópicos, Biden sempre fazia críticas aos russos.   

"Temos uma crise alimentar que estamos enfrentando de frente.   

Estou anunciando mais US$ 2,9 bilhões em ajuda para enfrentar a insegurança alimentar no mundo e os programas de auxílio da ONU.   

A Rússia está tentando culpar os outros por conta dessa crise e vou ser claro: as nossas sanções permitem que a Rússia exporte comida e fertilizantes sem limites, não há limites nisso. Mas, se a Rússia é responsável pela guerra é também responsável pela guerra da comida", acrescentou.   

Citando indiretamente a crise que Washington tem com a China por conta de Taiwan, o chefe da Casa Branca afirmou que seu governo "não busca conflito".   

"Não buscamos uma guerra fria, não queremos que nenhum país escolha entre os EUA ou outro país parceiro, mas vamos sempre defender que o mundo seja livre e seguro", disse aos presentes.   

Dizendo que o acordo de não proliferação de armas é um "dos maiores sucessos" da história da ONU, Biden voltou a criticar Moscou por ameaçar de maneira "irresponsável" começar uma guerra do tipo na Ucrânia.   

"Uma guerra nuclear nunca será vencida e nunca deverá ser criada. O Conselho de Segurança da ONU aprovou texto nesse sentido, mas a Rússia continua ameaçando com armas nucleares. A China está levando adiante também uma política nuclear inédita, a Coreia do Norte continua violando as regras da ONU, o Irã também continua a violar regras. O regime de não proliferação é um dos maiores sucessos da ONU e não podemos permitir que o mundo regrida sobre isso", acrescentou ainda. (ANSA).   

Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.