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MP investiga cardeal de Colônia por falso testemunho sobre abuso

09/11/2022 18h15

BERLIM, 9 NOV (ANSA) - O Ministério Público de Colônia, cidade no oeste da Alemanha, abriu uma investigação contra o cardeal Rainer Maria Woelki por supostamente fazer uma declaração falsa sob juramento sobre um caso de abuso sexual.   

A informação foi divulgada pelo jornal alemão Koelner Stadt Anzeiger nesta quarta-feira (9).   

Woelki está envolvido em um escândalo investigado pelo próprio Vaticano por supostamente ter acobertado um caso de abuso sexual. Ele havia dito que só precisou lidar com uma ocorrência contra um padre a partir de junho de 2022.   

No entanto, em uma recente entrevista pelo jornal alemão, a ex-assistente do gerente de RH da Arquidiocese de Colônia, Hildegard Dahm, afirmou que o religioso foi informado sobre o abuso em 2015.   

A ex-funcionário ainda explicou que elaborou uma lista de agressores para Woelki em 2015, mas "isso não interessou em nada o cardeal".   

Woelki teria tentado impedir a publicação de um relatório independente que apontava os abusos cometidos por religiosos e laicos que trabalhavam na Diocese entre 1975 e 2018. As 800 páginas do documento abalaram a comunidade católica local ao mostrar que há ao menos 314 vítimas de crimes cometidos por 202 religiosos ou laicos. Cerca de metade das vítimas eram crianças com menos de 14 anos.   

O caso foi estopim para a nova investigação e diz respeito a um padre em Düsseldorf que morreu em 2017 e com quem Woelki trabalhou quando era diácono.   

Em 2010, uma vítima entrou em contato com a arquidiocese de Colônia, alegando que o sacerdote abusou sexualmente dele quando era criança no final dos anos 1970. Posteriormente, em 2011, a vítima recebeu 15 mil euros em reconhecimento ao seu sofrimento.   

(ANSA).   

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