Papa critica consumismo e faz apelo em prol da essência do Natal
20/12/2023 07h25Atualizada em 20/12/2023 14h46
VATICANO, 20 DEZ (ANSA) - O papa Francisco fez um apelo nesta quarta-feira (20) para que os fiéis não esqueçam a verdadeira essência do Natal, "distraídos pelo consumismo que corrói o seu significado".
Relacionadas
Durante audiência geral no Vaticano, o pontífice alertou sobre "uma maré de distrações e de publicidade" que afetam este período e recordou que já se passaram 800 anos desde que São Francisco fez o primeiro presépio vivo em Greccio, no centro da Itália, que deu origem a essa tradição do presépio, nascendo como "escola de sobriedade".
"E isto tem muito a dizer também para nós. Hoje, de fato, o risco de perder o que conta na vida é grande e paradoxalmente aumenta precisamente no Natal: imersos num consumismo que corrói o seu sentido, dominados por uma maré de distrações e publicidade, corremos o risco de negligenciar o que é essencial", alertou.
O líder da Igreja Católica explicou que "o presépio nasceu para nos levar ao que é realmente importante: a Deus, que vem viver entre nós, mas também a outras relações essenciais, como a família".
Por isso, segundo o papa, o presépio "é como um Evangelho vivo, um Evangelho doméstico".
"Nestes dias veremos Deus deitado numa manjedoura: é a mensagem mais forte de paz para a vida de cada um de nós e para o mundo de hoje", acrescentou o religioso, durante a sua saudação aos peregrinos de língua portuguesa.
Na sequência, o Santo Padre aconselhou todos os fiéis a ficarem "diante da manjedoura para reordenar a vida, voltando ao essencial".
"É como entrar em um oásis para fugir da agitação diária, para encontrar a paz na oração e no silêncio, em uma ternura incontaminada", enfatizou.
Jorge Bergoglio ainda aconselhou os jovens, que correm o risco de sofrer com "indigestão de imagens virtuais e violentas", reforçando que "no presépio podem redescobrir a genuinidade e a criatividade".
"Por isso proponho que - como família, como comunidade - contemplemos a manjedoura, que nos ajuda a concentrar no que há de mais importante na nossa vida: a relação com Deus, com os outros e com a criação", afirmou.
Por fim, o papa pediu para todos cultivarem em seus "ambientes um clima de harmonia, alegria e paz".
No último fim de semana, o argentino já havia pedido para os fiéis defenderem o Natal dos abusos comerciais e do consumismo, durante um encontro com artistas do Concerto de Natal.