Papa e Silveira discutem transição energética no Vaticano (2)

VATICANO, 3 MAI (ANSA) - O papa Francisco recebeu na manhã desta sexta-feira (3), em audiência privada no Vaticano, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, com quem debateu "transição energética com olhar para os mais pobres".   

Em uma publicação no X (antigo Twitter), o ministro brasileiro revelou que ambos tiveram "conversas poderosas sobre a transição energética, a COP 30, o respeito às diferenças e o nosso compromisso em combater a pobreza e a desigualdade social".   

"Durante o encontro, o Papa destacou o papel crucial que o Brasil desempenha na economia verde", acrescentou.   

Silveira contou ainda que o líder da Igreja Católica afirmou ser "vital" a união de forças e a promoção de "mudanças significativas em prol de um futuro mais sustentável".   

"Sob a liderança do presidente Lula, estamos comprometidos em garantir que a transição energética seja justa e inclusiva, colocando as pessoas em primeiro lugar", garantiu o ministro, celebrando o "encontro histórico" com o Papa e ressaltando que é possível "fazer a diferença no mundo".   

Durante a audiência, Silveira entregou uma "Carta aberta do Brasil pela promoção dos princípios para uma transição energética justa e inclusiva, centrada em pessoas", além de uma correspondência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.   

Segundo o ministro, a preocupação e o posicionamento do argentino em relação "aos desafios globais, como as mudanças climáticas e o aquecimento global, têm ajudado a despertar a atenção sobre o tema e a cobrar ações efetivas dos países, principalmente os desenvolvidos, no combate à pobreza energética e na construção de consensos em prol do bem comum, visando especialmente as parcelas mais pobres da população".   

No documento, Silveira reforça que o Brasil reúne credenciais positivas para falar sobre transição energética, tendo em vista que o país possui uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, com quase 50% de fontes renováveis em sua composição.   

O ministro brasileiro explicou ainda que o governo Lula permanece implementando novas políticas com o objetivo de ter impactos positivos para a transição energética de setores produtivos de difícil abatimento, em conformidade com os avanços tecnológicos.   

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Silveira ainda afirmou que o Pontífice defendeu a transição energética como fonte de sustentabilidade e proteção dos efeitos climáticos e o cumprimento do Acordo de Paris em 2030, para valorar as matrizes e os países que já contribuíram para ter matrizes tão eficientes como a do Brasil e outros países do Sul Global.   

Francisco também disse a ele que a transição energética, além de ser justa e inclusiva, deve ser obrigatória. De acordo com Silveira, o religioso reconheceu a importância do "Luz para Todos", programa de combate à pobreza energética.   

"O Santo Padre disse que os governos devem pensar assim, o Estado necessário, o Estado que possa socorrer efetivamente as pessoas que mais necessitam, fazendo que a gente construa uma sociedade melhor. Ele ressaltou a importância de que governos, como o liderado pelo presidente Lula, voltem a fazer parte do mundo, fazendo a inclusão", afirmou.   

Por fim, ele enfatizou que Francisco "será um grande aliado na defesa do cumprimento das decisões colocadas diante do mundo sobre o que precisa ser feito durante a COP 28, em Dubai". O Brasil assumiu a liderança do G20, em dezembro de 2023, e será sede da COP 30 em 2025.   

Mais cedo, o ministro brasileiro revelou que daria de presente ao religioso café mineiro, proveniente de Campos Altos, uma peça do escultor brasileiro Aleijadinho, para representar "aquele que tantas igrejas fez em Minas Gerais e em Portugal, e uma lembrança sobre aliança global contra o combate à forme e à pobreza, da primeira-dama Janja".   

Além disso, Silveira levou para Francisco um obra do pintor Carlos Bracher, que retrata com tanta fidedignidade as igrejas barrocas, e uma camiseta do Atlético Mineiro.   

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Ontem, o ministro de Minas e Energia chegou a se reunir com o embaixador do Brasil no Vaticano, Everton Vargas. (ANSA).   

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