Mafioso italiano assina acordo de delação sobre PCC e Comando Vermelho
SÃO PAULO, 25 JUL (ANSA) - O mafioso italiano Vincenzo Pasquino, extraditado pelo Brasil em março, assinou um acordo de delação com a Justiça da Itália e vai detalhar as ligações entre a 'ndrangheta e as duas principais facções criminosas do país sul-americano: o Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, e o Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro.
A informação é do jornal O Estado de São Paulo, que diz que o "terremoto" que Pasquino pode provocar seria comparável aos efeitos da colaboração de Tommaso Buscetta - que também foi preso no Brasil - sobre a Cosa Nostra, nos anos 1980.
Pasquino foi detido na Paraíba em maio de 2021, ao lado de Rocco Morabito, conhecido como "rei da cocaína" e extraditado pelo Brasil à Itália em julho de 2022.
Segundo o Estadão, o procurador Giovanni Melillo, chefe da Direção Nacional Antimáfia da Itália, informou em 6 de junho ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, que Pasquino havia admitido sua conexão com a 'ndrangheta e decidido se tornar um delator.
De acordo com um documento citado pelo jornal, o italiano forneceu "declarações e confissões que parecem relevantes para investigações reservadas à jurisdição da República do Brasil, referindo-se ao tráfico de entorpecentes organizado por grupos criminosos ligados ao PCC e ao CV".
Pasquino, 34 anos, disse integrar a 'ndrangheta desde 2011 e que trabalhava no Brasil desde 2017, sendo responsável pela logística do envio de drogas para a Europa.
No país sul-americano, o italiano havia estabelecido base no bairro do Tatuapé, zona leste de São Paulo, região onde as lideranças do PCC possuem inúmeros imóveis de luxo e apelidada por promotores paulistas de "Little Italy", em referência a uma área homônima de Nova York antes dominada pela máfia.
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