Tiroteio causa apreensão e altera rotina de Nova York
O tiroteio que deixou duas pessoas mortas e pelo menos outros nove feridos nas proximidades do Empire State Building, em Nova York, causou momentos de apreensão e a rotina de turistas do mundo todo que visitam o local deu lugar a uma aglomeração em busca de mais detalhes sobre os disparos.
Tiroteio aconteceu perto do Empire State, em NY
O episódio ocorreu pouco depois das 9h da manhã (10h de Brasília), na parte de fora do edifício de 102 andares, um dos principais pontos turísticos de Manhattan e próximo a outros destinos populares entre os visitantes, como a Times Square e a loja de departamentos Macy's.
O autor dos disparos, que foi morto por policiais, teria sido demitido há cerca de um ano de uma empresa da região e teria atirado três vezes contra um antigo colega de trabalho, que também acabou morto. O nome da vítima não foi divugado e o atirador foi identificado como Jeffrey Johnson, 53.
Ele portava uma pistola semiautomática calibre 45. Segundo o comissário de polícia de Nova York, Ray Kelly, Johnson teria trabalhado por seis anos em uma empresa chamada Hazan Imports como designer de acessórios femininos, mas foi demitido em um corte de pessoal há cerca de um ano.
As informações desencontradas logo após o incidente contribuíram para o clima de preocupação nos arredores do Empire State Building. O trânsito de carros e pedestres na área foi bloqueado e turistas, jornalistas e curiosos se aglomeravam próximo ao cordão de isolamento para tentar conseguir mais notícias sobre o incidente.
A empresária Ellen Lopes, de São Paulo, disse ter ouvido que uma turista estaria entre as vítimas - o que não se confirmou - e contou que ficou "assustada".
"Preocupada você fica, apesar de estar acostumada com a violência no Brasil", disse a empresária, que afirmou já ter visitado Nova York algumas dezenas de vezes.
Volta ao normal
Apesar da apreensão com os tiros, outros turistas brasileiros que estavam na região afirmaram à BBC Brasil que o episódio não deve mudar seus planos de visitar Nova York e nem deixar uma sensação de medo em relação à cidade.
O cabeleireiro Giovanni Wanderlinde, de Itajaí, Santa Catarina, que visita a cidade pela terceira vez, afirma que foi alertado sobre o tiroteio por amigos pelo site de relacionamentos Facebook e decidiu sair do hotel onde está hospedado, nas proximidades, e ir até o local.
Acompanhado por um grupo de amigas, Wanderlinde disse ter visitado o Empire State na última quinta-feira. "Mas não vou ficar com medo, tem louco em qualquer lugar do mundo", disse.
Já o publicitário Márcio Pascal, de São Paulo, contou que estava caminhando em direção à loja de departamentos Macy's quando viu a movimentação de curiosos e parou para olhar. Informado pela reportagem da BBC Brasil sobre a natureza do incidente, ele disse "não ficar preocupado".
"Não muda nada, ainda mais para quem mora no Brasil", disse Pascal, que contou ter visitado a cidade quatro dia após os ataques de 11 de setembro de 2001.
Apesar de a polícia ter isolado a área onde fica o Empire State Building, após algumas horas o movimento de lojas, serviços e turistas era aparentemente normal nos blocos próximos ao edifício.
Violência de armas
O incidente em Nova York ocorre pouco menos de 20 dias após um homem ter aberto fogo em um templo sikh na cidade de Oak Creek, no Estado americano de Wisconsin, matando seis pessoas.
Pouco antes, no dia 20 de julho, 12 pessoas foram mortas quando um atirador abriu fogo contra a audiência de um cinema na cidade de Aurora, no Estado do Colorado.
Embora as autoridade até o momento não tenham relacionado o incidente a "terrorismo doméstico", como nos casos anteriores, em entrevista após o tiroteio, o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, disse que, apesar de ser segura, a cidade não está imune ao que chamou de "problema nacional de violência de armas".
Bloomberg tem pressionado o presidente Barack Obama e o candidato republicano à Presidência dos EUA, Mitt Romney, a alterar a legislação que permite o porte de armas de fogo no país.
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