'Lamentável', diz embaixadora sobre ausência de Milei na cúpula do Mercosul

A embaixadora Gisela Maria Padovan, representante do Itamaraty para assuntos de América Latina e Caribe, afirmou nesta quarta-feira (3) que ausência de Javier Milei na cúpula do Mercosul é "politicamente lamentável".

O que aconteceu

Gisela Maria Padovan disse que não é "desejável que isso aconteça". "A gente lamenta, porque como disse o embaixador Francisco, é a primeira vez que isso aconteceria, não é desejável que isso aconteça". Declaração foi feita durante coletiva de imprensa no Palácio Itamaraty. O Ministério das Relações Exteriores informou que essa é primeira vez em que um país-membro do bloco não terá o presidente como representante em uma reunião.

A embaixadora ponderou, no entanto, que ausência do presidente argentino não afetará a realização da cúpula. "O Mercosul tem a vantagem de ter um mecanismo muito consolidado, tem 33 anos de história. A cúpula ocorrerá. Não altera em nada pela própria materialidade do Mercosul", declarou.

A representante do Itamaraty classificou a decisão de Milei como "politicamente é lamentável". Mas Gisela Maria Padovan ressaltou que a decisão de Javier Milei é soberana, e que cada país faz a sua política externa.

Sobre as declarações do presidente Milei contra Lula, a embaixadora afirmou que não comentaria. "Eu não tenho que comentar as declarações de um presidente de outro país. Nós trabalhamos para que as relações com a Argentina continuem sendo o que sempre foram, dois países parceiros com uma integração em múltiplos setores".

Cúpula do Mercosul está marcada para a próxima segunda-feira (8), em Assunção, no Paraguai. O bloco é formado por Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai.

Milei irá a evento da direita em SC

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que Milei participará do CPAC Brasil. O encontro reúne lideranças mundiais de direita e extrema direita.

O deputado publicou a informação em seu perfil no X (antigo Twitter). Eduardo Bolsonaro disse que conversou com Milei e que, além de participar do evento, que acontece nos dias 6 e 7 de julho em Balneário Camboriú (SC) , o presidente argentino também terá um encontro com o ex-presidente Jair Bolsonaro.

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O CPAC Brasil coincide com a reunião de líderes do Mercosul, para a qual Milei recusou convite. O presidente já tinha informado que não participará do encontro realizado entre 7 e 8 de julho em Assunção, capital do Paraguai. A justificativa foi "agenda sobrecarregada". De acordo com o porta-voz da presidência argentina, Manuel Adorni, Milei será representado pela ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino.

A ausência no Paraguai novamente evita um encontro com o presidente Lula (PT). Adorni negou que a desistência de Milei esteja ligada às recentes declarações do presidente brasileiro. O chefe do Executivo disse, em entrevista ao UOL, que o presidente argentino, Javier Milei, deve desculpas ao Brasil e a ele porque "falou muita bobagem".

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