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Sobreviventes de acidente de avião nos Andes marcam 40 anos de queda com jogo de rúgbi

Sobreviventes do acidente inauguraram uma placa com os retratos das vítimas da queda nos Andes - Luis Andres Henao/AP
Sobreviventes do acidente inauguraram uma placa com os retratos das vítimas da queda nos Andes Imagem: Luis Andres Henao/AP

14/10/2012 21h06

Os sobreviventes do acidente de avião nos Andes que se mantiveram vivos consumindo carne dos corpos das vítimas marcaram os 40 anos do acidente com um jogo de rúgbi.

A equipe de rúgbi uruguaia viajava de Montevidéu para Santiago, no Chile, para um jogo contra uma equipe local quando o avião caiu entre as montanhas da Cordilheira dos Andes, em 1972.

Dezesseis dos 45 passageiros a bordo conseguiram sobreviver em meio ao gelo e temperaturas abaixo de zero durante 72 dias.

Neste final de semana, 12 integrantes do time amador uruguaio, agora com cerca de 60 anos de idade, viajaram ao Chile para jogar a partida em Santiago que estava marcada para a época do acidente.

Eles faziam parte do da equipe Irmãos Cristãos.

Antes do jogo, eles fizeram um minuto de silêncio e inauguraram uma placa com as fotos dos que morreram no acidente ocorrido no dia 13 de outubro de 1972.

"Acho que a tristeza de comer de um corpo humano morto é a grande tristeza de minha vida toda", disse o sobrevivente Roberto Canessa à agência de notícias Associated Press.

"Eu teria querido que o mesmo fosse feito comigo se fosse o meu corpo morto", acrescentou Canessa, afirmando que a preservação da vida justifica o ato.

Operação de resgate

Antes do jogo em Santiago, houve uma encenação da operação de resgate com o mesmo helicóptero chileno que participou da operação em 1972.

Os sobreviventes foram localizados na época depois que dois deles se arriscaram e fizeram uma caminhada de dez dias pelos Andes.

Sergio Catalan, o fazendeiro que os viu pela primeira vez e chamou os serviços de emergência também estava presente ao jogo.

Na sexta-feira, eles foram recebidos pelo presidente chileno, Sebastian Pinera.

Daniel Fernandez, outro sobrevivente do acidente, disse que a experiência nos Andes ensinou a ele como os seres humanos podem se adaptar e resistir em condições extremas.

"Se alguem tivesse me dito 'você vai ser colocado em uma montanha, a uma altitude de 4 mil metros, a 20 graus abaixo de zero, usando mangas curtas' eu teria dito que sobreviveria apenas dez minutos. Mas eu sobrevivi 72 dias", afirmou.