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Atirador é morto pela polícia após fazer reféns e matar pessoas em supermercado na França

23/03/2018 11h39

Um atirador que havia feito reféns em um supermercado em Trèbes, no sul da França, foi morto pela polícia francesa nesta sexta-feira.

O homem teria matado três pessoas, segundo os relatos, em três incidentes que começaram na cidade de Carcassone, a 15 minutos de carro de Trèbes.

Em Carcassone, ele teria sequestrado um carro, matado um passageiro e ferido o motorista. Ainda na cidade teria atirado em um policial que corria com colegas na rua. O estado do policial não é grave, disse Yves Lefebvre, secretário-geral do sindicato da polícia (SGP), à agência Associated Press.

De lá, o atirador teria ido para Trèbes, onde mais duas pessoas foram mortas por ele, segundo relatos.

Testemunhas dizem que o atirador teria afirmado fazer parte do grupo extremista autodenominado Estado Islâmico.

Em uma entrevista coletiva, o ministro do Interior Gérard Collomb confirmou a morte do suspeito e disse que ele era um jovem de 26 anos que morava em Carcassone. Seu nome, segundo o ministro, era Redouane Lakdim, e ele já havia sido preso por tráfico de drogas.

Exigência

Ele seria conhecido pelos serviços de inteligência do país. Segundo relatos, ele estava fortemente armado e exigindo a libertação de Salah Abdeslam, apontado como um dos responsáveis pelos ataques de novembro e 2015 em Paris, quando 130 pessoas foram mortas.

Em fevereiro, Abdeslam foi julgado na Bélgica por causa de um tiroteio em Bruxelas que levou à sua captura, meses após os atentados em Paris. A expectativa é que ele vá a julgamento na França apenas em 2020 ou depois.

Uma fonte disse à agência AFP que a maioria dos funcionários e clientes do supermercado havia conseguido fugir.

O primeiro-ministro francês, Édouard Philippe disse todos os sinais apontavam para um ato terrorista.

O presidente Emmanuel Macron, que está em Bruxelas, também falou sobre o caso. Segundo ele, "todos os serviços do Estado" estavam mobilizados para resolver a situação de maneira "sã e segura".

Centenas de policiais foram enviados para a área, e seus arredores foram isolados.

Promotores que atuam na área de contra-terrorismo estão comandando a investigação, mas poucos detalhes foram divulgados.

Outro ataque

A França já foi alvo de diversos ataques jihadistas desde 2015 e está em estado em alerta desde então.

Num dos principais casos, em 1º de outubro do ano passado, duas mulheres foram esfaqueadas em uma estação de trem em Marselha, um ato reivindicado pelo Estado Islâmico.

Houve três grandes incidentes em 2016. Em 26 de junho, dois homens cortaram a garganta de um padre em uma igreja na Normandia antes de serem mortos pela polícia.

Doze dias antes, um caminhão avançou sobre uma multidão em Nice em meio às comemorações do Dia da Bastilha, matando 86 pessoas. Novamente, o Estado Islâmico assumiu a autoria.

Em 13 de novembro de 2015, jihadistas armados com bombas e rifles atacaram Paris, agindo no estádio nacional, em cafés e na casa de shows Bataclan. Os atos coordenados fizeram 130 vítimas e deixaram mais de 350 feridos.

Naquele mesmo ano, em janeiro, dois atiradores invadiram a redação da revista Charlie Hebdo, matando 17 pessoas.