Após furacão Florence, vazamentos em lagoas com fezes de porcos preocupam EUA
O pior já pode ter passado após o furacão Florence atingir os Estados Unidos, mas, no Estado da Carolina do Norte, seus habitantes ainda podem enfrentar problemas de saúde e ambientais decorrentes das inundações de fazendas de porcos causadas pela tempestade.
Estas fazendas têm lagoas artificiais onde são depositadas fezes destes animais, uma medida para reduzir a poluição gerada por esta que é uma das principais indústrias do Estado americano.
O Conselho Suíno da Carolina do Norte (NCPC, na sigla em inglês), que representa produtores locais, diz que vazamentos nestas lagoas são "raros", mas que há relatos de inundações em 21 das 3,3 mil lagoas existentes.
"Ainda que os fazendeiros tenham manejado o nível das lagoas antes da tempestade, uma pequena porcentagem delas foi impactada por níveis recorde de chuva", disse o NCPC.
Contato com as fezes gera riscos à saúde
O Florence chegou aos Estados Unidos na sexta-feira como um furacão de categoria 1 e foi rebaixado no domingo para depressão tropical. Apesar de ter perdido força, a tempestade causou mortes, enchentes e inundações.
Por causa dela, foram registrados danos estruturais em cinco lagoas de tratamento de dejetos na Carolina do Norte. Em três delas, houve vazamentos, mas, em duas, transbordaram apenas líquidos, e "os sólidos permanecem" em seu interior. Não há informações sobre a terceira.
O conselho disse que as outras milhares de lagoas estão em bom estado e serão inspecionadas pela autoridades competentes.
O Departamento de Qualidade Ambiental da Carolina do Norte está monitorando a situação e diz que 64 lagoas estão sob risco de vazamento.
As fezes dos animais são depositadas nestas lagoas, onde se misturam com água e bactérias anaeróbicas, para serem tratadas. Esse processo faz com que elas tenham uma coloração rosa.
O receio é de que vazamentos destas lagoas gerem danos ambientais, poluindo rios, lagos e lençóis freáticos, além de causar problemas à saúde.
Ambientalistas alertaram habitantes da região a evitar o contato com esses resíduos.
As lagoas contêm bactérias, como Escherichia coli e Salmonella, e o contato com as fezes poderia afetar os rins e o estômago e gerar infecções de pele, entre outros.
Em 1999, quando o furacão Floyd atingiu o Estado, animais morreram afogados em fezes de porcos, que ainda causaram a morte em massa de peixes.
"Estamos consternados pela liberação de líquidos de algumas lagoas, mas isso resulta de uma tempestade rara, e os materiais foram muito diluídos pela água da chuva", disse o NCPC.
Furacão Florence matou milhões de animais
A Carolina do Norte é o segundo maior Estado americano em criação de porcos, atrás apenas de Iowa. Existem ali 2,1 mil fazendas de porcos, onde são criados 8,9 milhões destes animais.
A maioria das fazendas do Estado já começa a operar normalmente após a passagem do Florence, informou o NCPC.
O conselho disse ainda que, apesar de "medidas extraordinárias" terem sido tomadas por fazendeiros antes da tempestade, como mudar os porcos de lugar, houve perdas.
Cerca de 5,5 mil destes animais morreram, quase duas vezes mais do que quando o furacão Matthew atingiu a região em 2016. Fazendeiros também perderam 3,4 milhões de aves por causa do Florence.
A expectativa é que esses números aumentem conforme sejam inspecionadas fazendas que ainda não podem ser acessadas. Além disso, o nível da água em áreas inundadas continua a subir.
"Sabemos que as perdas serão significativas, porque as inundações afetaram os seis principais condados produtores do nosso Estado", disse o comissário de Agricultura da Carolina do Norte, Steve Troxler.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.