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Eleições no Reino Unido: Com ampla vitória, Partido Conservador se firma no poder e lidera o país rumo ao Brexit

13/12/2019 05h44

Conservadores terão mais ampla maioria no Parlamento desde a vitória de Margaret Thatcher em 1987, ante o pior resultado dos trabalhistas desde 1935.

O texto foi atualizado às 16h45 desta sexta-feira (13).

Boris Johnson retornará ao cargo de primeiro-ministro com uma maioria esmagadora depois que os conservadores conseguiram derrotar o Partido Trabalhista em redutos tradicionais do principal rival.

Com a apuração dos votos em todos os 650 distritos, os conservadores obtiveram 365 cadeiras no Parlamento, o que lhes dá maioria absoluta. Com apenas 203 cadeiras, o Partido Trabalhista, liderado por Jeremy Corbyn, amargou expressiva derrota nas urnas perdendo para os conservadores importantes e tradicionais redutos eleitorais.

A principal bandeira de Johnson era "fazer o Brexit acontecer" e tirar de vez o Reino Unido da União Europeia no mês que vem, após meses de impasse em torno da saída britânica do bloco europeu definida em referendo em 2016.

A ampla margem obtida pelos conservadores indica que o Brexit vai enfim sair do papel.

"Parece que este governo conservador de uma nação recebeu um novo e poderoso mandato para concluir o Brexit", afirmou Johnson, ao longo da contagem dos votos.

O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, afirmou que a sigla teve uma "noite muito decepcionante" e que não liderará os trabalhistas numa próxima eleição. O partido focou sua campanha no fim da austeridade e no aumento dos gastos em serviços públicos, como o sistema de saúde.

Por ora, o placar está assim: conservadores com 364 cadeiras, seguidos dos trabalhistas com 203, do Partido Nacional Escocês (SNP) com 48 e dos liberais-democratas com 11. O Partido do Brexit, esvaziado na estratégia de apoiar Johnson, acabou sem vitória.

No saldo, o Partido Conservador elegeu 66 parlamentares a mais, e o Trabalhista, 42 a menos.

Maior vitória desde Thatcher

Neste cenário, os conservadores terão sua mais ampla maioria no Parlamento desde a vitória da primeira-ministra Margaret Thatcher em 1987.

Johnson se tornou primeiro-ministro em julho sem eleições gerais, ao ser eleito pelos correligionários para substituir Theresa May, líder que não conseguiu avançar com o Brexit no Parlamento.

Diante de um impasse em torno dos termos do Brexit, convocou eleições gerais em busca de uma maioria que apoiasse seu acordo negociado com o bloco europeu.

"Quero agradecer ao povo deste país por ter votado nas eleições de dezembro que não queríamos convocar, mas que acho que acabou sendo uma eleição histórica que nos dá agora, em este novo governo, a chance de respeitar a vontade democrática do povo britânico de mudar este país para melhor e de liberar o potencial de todo o povo deste país", disse o conservador.

Por outro lado, o Partido Trabalhista, que perdeu assentos em lugares que apoiaram o Brexit em 2016, está enfrentando sua pior derrota desde 1935.

Para Corbyn, "o Brexit polarizou tanto o debate que anulou tanto o debate político normal".

Sinais da Escócia

No computo geral, desconsiderando a distribuição distrital dos votos, os trabalhistas tiveram uma queda de 7,8% em relação ao pleito de 2017, e os conservadores, um aumento de 1,2%. O crescimento se deu entre siglas menores, o que sinaliza outros desdobramentos do Brexit.

O bom desempenho do Partido Nacional Escocês (ou SNP), com 14 cadeiras a mais, retrata como a Escócia e o restante do Reino Unido estão "indo para direções totalmente diferentes", afirma Sarah Smith, editora voltada para a cobertura sobre a Escócia na BBC. O partido convocou votos dos escoceses prometendo um novo referendo sobre a independência.

A premiê escocesa e líder do SNP, Nicola Sturgeon, afirmou que seu partido teve uma "noite excepcional", passando de 34 para 48 cadeiras.

Segundo ela, a Escócia mandou uma "mensagem bem clara" de que não queria um governo do conservador Boris Johnson e que ele não tem mandato para tirar a Escócia da União Europeia.

Foi também um "forte endosso" para a Escócia decidir sobre seu próprio futuro em outro referendo, afirmou Sturgeon.


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