Coronavírus: OMS declara pandemia
Diretor-geral da organização confirmou informação em coletiva de imprensa nesta quarta.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou pandemia de covid-19.
A informação foi confirmada pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (11/03).
Durante a fala, ele destacou que há hoje 118 mil casos em 114 países e que 4.291 pessoas perderam a vida por causa da doença.
"Os números de casos, de mortes e o número de países afetados deve ser ainda maior nos próximos dias e nas próximas semanas."
Ghebreyesus afirmou ainda que a OMS está "profundamente preocupada" com o níveis "alarmantes" de disseminação da doença e de "inação", mas que o fato de o surto global ter evoluído para uma pandemia não significa que seja impossível reverter a situação atual.
"A palavra pandemia não deve ser usada de forma descuidada ou leviana. É uma palavra que, se mal empregada, pode despertar medo irracional ou a aceitação injustificável de que a luta acabou, levando a sofrimento e mortes desnecessárias."
Segundo ele, se os países trabalharem para detectar e rastrear a doença, isolar os casos e se mobilizarem recursos humanos para responder à covid-19, é possível impedir que aqueles locais com poucos casos se tornem centros de disseminação do vírus e, por consequência, que haja transmissão comunitária sustentada.
"Todos os países devem encontrar um bom equilíbrio entre proteger a saúde, minimizar problemas econômicos e sociais e respeitar os direitos humanos."
O diretor-geral ressaltou ainda que as orientações da OMS aos países seguem as mesmas: ativar e ampliar os mecanismos de resposta a emergências, comunicar-se com a população sobre os riscos e sobre como se proteger, encontrar, isolar, testar e tratar todos os casos de covid-19, além e rastrear todos os infectados.
"Estamos todos juntos, para fazer as coisas certas com calma e proteger os cidadãos em todo o mundo. É factível", declarou.
O que é pandemia?
O termo é usado para descrever situações em que uma doença infecciosa ameaça muitas pessoas de forma simultânea no mundo inteiro.
Um exemplo recente é o da gripe suína, em 2009, à qual é atribuída a morte de centenas de milhares de pessoas, de acordo com a estimativa de especialistas.
As pandemias acontecem, em geral, quando há um vírus novo capaz de infectar seres humanos com facilidade e de ser transmitido de uma pessoa a outra de forma eficiente e continuada.
O novo coronavírus, pelo que se sabe até agora, tem essas características.
Assim, sem uma vacina contra o agente patogênico ou tratamento que possa prevenir a doença, conter a sua disseminação é crucial.
De acordo com a descrição da OMS, uma pandemia se caracteriza quando está se espalhando entre seres humanos em uma série de países. Ela acontece quando há o aparecimento de surtos localizados em diversas regiões do mundo ao mesmo tempo.
O novo coronavírus já chegou a 110 países e a todos os continentes, exceto a Antártida, e infectou mais de 113,7 mil pessoas, levando cerca de 4 mil delas à morte.
A OMS estima que 3,4% dos pacientes morrem por causa de covid-19. Mas alguns especialistas estimam que essa taxa de letalidade gire em torno de 2% ou menos.
No Brasil foram registrados, até terça-feira (10/3), 34 casos da doença em oito Estados: São Paulo (19), Rio de Janeiro (8), Bahia (2), Espírito Santo (1), Minas Gerais (1), Alagoas (1), Distrito Federal (1) e Rio Grande do Sul (1). Outros 893 casos estão sob suspeita e 780 foram descartados.
Há seis casos de transmissão local, quando o paciente pegou o vírus no Brasil, em São Paulo (5) e na Bahia (1).
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Pandemias na história
A humanidade enfrenta pandemias pelo menos desde 1580, quando um vírus do tipo influenza, que causa gripes, surgiu na Ásia e se espalhou para a África, Europa e América do Norte.
Uma das pandemias mais graves já enfrentadas ocorreu entre 1918 e 1920. Estima-se que 50 milhões de pessoas tenham morrido na pandemia da gripe espanhola, mais do que os 17 milhões de vítimas, entre civis e militares, da 1ª Guerra Mundial.
O exemplo mais recente foi a disseminação global do vírus influenza H1N1, que causou a pandemia da gripe suína, em 2009. Especialistas acreditam que ele tenha infectado milhões de pessoas e matado centenas de milhares.
Mas uma pandemia não se caracteriza pela gravidade da doença que ela causa.
"O principal fator é o geográfico, quando todas as pessoas no mundo correm risco", diz a infectologista Rosana Ritchmann, do Instituto Emílio Ribas.
Pandemias são mais prováveis com novos vírus. Como não temos defesas naturais contra eles ou medicamentos e vacinas para nos proteger, eles conseguem infectar muitas pessoas e se espalhar facilmente e de forma sustentada.
O novo coronavírus preenche todos estes requisitos, na opinião do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em declarações dadas antes da declaração de pandemia da OMS.
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