Coronavírus: Por que milhares de israelenses foram às ruas protestar em meio à pandemia de covid-19
Ponto de encontro de manifestantes ao longo de décadas, a Praça Rabin, no centro de Tel Aviv, em Israel, foi mais uma vez palco de um protesto, dessa vez em plena pandemia de covid-19.
Milhares de israelenses, em sua maioria jovens e sem observar o distanciamento social, realizaram uma manifestação neste sábado (11) para protestar contra a resposta do governo do premiê Benjamin Netanyahu à crise do coronavírus.
Eles alegam estar passando por dificuldades financeiras, uma vez que os benefícios financeiros prometidos pelo governo ainda não foram pagos.
O protesto foi organizado por pequenas empresas, trabalhadores independentes e grupos de artistas performáticos.
Enquanto os trabalhadores de carteira assinada recebem seguro desemprego enquanto estão com seus contratos de trabalho suspensos, os autonômos dizem que a maioria deles está esperando meses pela ajuda que o governo prometeu.
"Tenho 40 trabalhadores sem renda, sem dinheiro", disse Michal Gaist-Casif, vice-presidente de uma empresa de som e iluminação, à agência de notícias Reuters.
"Precisamos que o governo gaste dinheiro até voltarmos ao normal. Não trabalhamos desde meados de março", acrescenta.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se reuniu com ativistas na sexta-feira (1) para ouvir suas demandas.
"Cumpriremos nossos compromissos, incluindo apressar os pagamentos imediatos que queremos oferecer", afirmou o gabinete do primeiro-ministro.
Israel impôs um confinamento rigoroso em meados de março, mas começou a flexibilizar as restrições no fim de maio. A taxa de desemprego subiu para 21%.
Recentemente, no entanto, o país registrou um aumento nos casos de coronavírus, com quase 1,5 mil novos casos registrados apenas na sexta-feira. Um total de 354 pessoas morreu de covid-19 em Israel, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins.
Dados da universidade Imperial College de Londres, no Reino Unido, atualizados nesta semana mostram que a taxa de transmissão efetiva da covid-19 em Israel é de 1,54, a segunda mais alta dos 56 países analisados com transmissão ativa do vírus. A título de comparação, a do Brasil é de 1,11, a 23ª maior.
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