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Coronavírus: Por que milhares de israelenses foram às ruas protestar em meio à pandemia de covid-19

12/07/2020 06h40

Ponto de encontro de manifestantes ao longo de décadas, a Praça Rabin, no centro de Tel Aviv, em Israel, foi mais uma vez palco de um protesto, dessa vez em plena pandemia de covid-19.

Milhares de israelenses, em sua maioria jovens e sem observar o distanciamento social, realizaram uma manifestação neste sábado (11) para protestar contra a resposta do governo do premiê Benjamin Netanyahu à crise do coronavírus.

Eles alegam estar passando por dificuldades financeiras, uma vez que os benefícios financeiros prometidos pelo governo ainda não foram pagos.

O protesto foi organizado por pequenas empresas, trabalhadores independentes e grupos de artistas performáticos.

Enquanto os trabalhadores de carteira assinada recebem seguro desemprego enquanto estão com seus contratos de trabalho suspensos, os autonômos dizem que a maioria deles está esperando meses pela ajuda que o governo prometeu.

"Tenho 40 trabalhadores sem renda, sem dinheiro", disse Michal Gaist-Casif, vice-presidente de uma empresa de som e iluminação, à agência de notícias Reuters.

"Precisamos que o governo gaste dinheiro até voltarmos ao normal. Não trabalhamos desde meados de março", acrescenta.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se reuniu com ativistas na sexta-feira (1) para ouvir suas demandas.

"Cumpriremos nossos compromissos, incluindo apressar os pagamentos imediatos que queremos oferecer", afirmou o gabinete do primeiro-ministro.

Israel impôs um confinamento rigoroso em meados de março, mas começou a flexibilizar as restrições no fim de maio. A taxa de desemprego subiu para 21%.

Recentemente, no entanto, o país registrou um aumento nos casos de coronavírus, com quase 1,5 mil novos casos registrados apenas na sexta-feira. Um total de 354 pessoas morreu de covid-19 em Israel, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins.

Dados da universidade Imperial College de Londres, no Reino Unido, atualizados nesta semana mostram que a taxa de transmissão efetiva da covid-19 em Israel é de 1,54, a segunda mais alta dos 56 países analisados com transmissão ativa do vírus. A título de comparação, a do Brasil é de 1,11, a 23ª maior.


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