Tsipras ameaça UE com veto por política de refugiados
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, afirmou nesta quarta-feira (24/02) que a Grécia vai vetar acordos políticos na União Europeia (UE) até que os demais países-membros apliquem o que foi acordado sobre a distribuição de refugiados no bloco.
"A Grécia, a partir de agora, não vai dar o seu consentimento a acordos legais, até que os Estados-membros tenham aplicado os seus compromissos", disse Tsipras no Parlamento. "Se alguns pensam que podem erigir muros, devem saber que não o aceitaremos e que a Grécia vai reagir."
Um porta-voz do governo grego consultado pela agência de notícias dpa não pode confirmar se o veto com o qual Tsipras ameaçou o bloco se refere somente a assuntos relacionados aos refugiados ou a todos os aspectos políticos da UE.
O premiê também considerou que a gestão da crise de refugiados na Europa "é decepcionante", afirmando que "as normas e os acordos comuns ou se aplicam a todos ou não existem".
Tsipras criticou a decisão unilateral de países da chamada rota dos Bálcãs de fechar suas fronteiras a migrantes afegãos e exigir documentos de identificação de sírios e iraquianos. A medida foi adotada apenas um dia depois de o Conselho Europeu garantir que não haveria ações desse tipo antes da próxima cúpula da UE, marcada para 7 de março.
Tsipras se manifestou horas depois de a Áustria e nove países do Bálcãs Ocidentais concordarem, sem a presença da Grécia, em reforçar sua cooperação para enfrentar a onda migratória como novas medidas nacionais e regionais. O objetivo seria forçar uma resposta comum dos países da UE à crise de refugiados.
Na semana passada, a Áustria estabeleceu cotas diárias para a entrada de refugiados, e os países dos Bálcãs começaram a aplicar restrições em reação à medida. A nova política da Macedônia de não permitir o ingresso de afegãos, que configuram um dos maiores grupos de migrantes, fez com que milhares de pessoas ficassem retidas na Grécia.
Tsipras falou ao telefone com a chanceler federal alemã, Angela Merkel, nesta quarta-feira, para manifestar seu descontentamento diante do fechamento parcial da rota dos Bálcãs em direção ao norte e ao oeste da Europa.
LPF/lusa/efe/dpa
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