Argentina chega a acordo com fundos abutres
Para encerrar uma disputa que já dura mais de 14 anos, a Argentina chegou a um acordo de mais de 4,6 bilhões de dólares com seus principais credores, em um litígio referente a títulos que tiveram suspensão de pagamentos em 2001, anunciou nesta segunda-feira (29/02) o mediador do caso.
O acordo anunciado pelo mediador nomeado pela corte de Nova York, Daniel Pollack, estipula o pagamento de 75% do montante total, incluindo o valor principal e os juros, aos quatro maiores credores do país. "Esse é um passo gigante nesta duradoura questão, mas não é o passo final", ressaltou Pollack.
O acordo ainda precisa ser aprovado pelo Congresso argentino, que também necessita revogar leis promulgadas na administração anterior que impossibilitam esses pagamentos.
A Argentina tem até o dia 14 de abril para honrar o compromisso. O país também se comprometeu a pagar outros 235 milhões de dólares em despesas processuais e para encerrar outros litígios fora de Nova York. De acordo com o mediador, a Argentina deverá buscar crédito no mercado internacional para pagar aos fundos.
As negociações entre Argentina e credores avançaram em dezembro do ano passado, quando Mauricio Macri assumiu a presidência. O acordo pode ajudar a revitalizar a economia do país, ao abrir opções de financiamento.
Longa disputa
Em 2001, a Argentina decretou moratória. A dívida do país, de cerca de 100 bilhões de dólares, era impagável. A decisão abalou a confiança dos investidores internacionais e afastou as empresas estrangeiras, dificultando a obtenção de crédito no mercado internacional.
A Argentina negociou em Nova York com os chamados fundos abutres, que não aceitaram as propostas de reestruturação da dívida feitas pelo governo argentino entre 2005 e 2010 e ainda detêm títulos da dívida antiga, anterior ao calote de 2001.
Esses fundos recorreram à Justiça de Nova York para receber o valor integral dos papéis. O governo argentino argumentava que não poderia pagá-los porque títulos da dívida reestruturada contêm a chamada cláusula Rufo, que, até o fim de 2014, impedia acertar com credores um acordo melhor do que o obtido pelos que concordaram com a reestruturação.
A disputa se estendeu ao longo de 2015, mas, com a mudança de governo, uma nova proposta foi apresentada aos credores, que aceitaram um abate de 25% sobre o valor total da dívida.
CN/rtr/lusa/efe
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