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Tribunal de Haia condena Karadzic a 40 anos de prisão

24/03/2016 12h48

Ex-líder servo-bósnio é considerado culpado por genocídio, crimes de guerra e contra a humanidade durante a guerra da Bósnia, incluindo o massacre de Srebrenica.

O Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia (TPI), sediado em Haia, sentenciou nesta quinta-feira (24/03) o ex-líder servo-bósnio Radovan Karadzic, a 40 anos de prisão por crimes de guerra e genocídio durante a guerra da Bósnia, de abril de 1992 a novembro de 1995.

O ex-psiquiatra foi considerado pelo tribunal um dos principais culpados, sobretudo pelo massacre na antiga área de segurança da ONU em Srebrenica, no leste da Bósnia, realizado em julho de 1995, quando unidades sérvias assassinaram 8 mil homens e rapazes muçulmanos bósnios.

A corte considerou o ex-líder servo-bósnio culpado em dez acusações, envolvendo genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade. "Como indivíduo, Karadzic foi criminalmente responsável" pela tomada de reféns das forças de paz da ONU, assim como por assassinato e perseguição em várias cidades, disse o juiz O-Gon Kwon.

Em uma das 11 acusações, entretanto, envolvendo genocídio em sete aldeias da Bósnia, o tribunal considerou que a responsabilidade de Karadzic não pôde ser determinada com suficiente segurança. Karadzic, de 70 anos, estava presente no tribunal de Haia. O processo durou seis anos e meio.

O ex-líder servo-bósnio alegou ser inocente. O advogado dele, Peter Robinson, afirmou que vai recorrer da decisão. "O doutor Karadzic está desapontado e surpreso. Ele considera que foi condenado por inferência e não por evidência e vai recorrer da decisão", afirmou.

Karadzic havia ficado foragido por anos após o fim da guerra, tendo sido preso em Belgrado em 2008. O processo contra ele foi aberto em Haia em 2009 e considerado por muitos analistas como um dos mais importantes envolvendo crimes de guerra desde o final da Segunda Guerra Mundial.

Durante a guerra da Bósnia foram mortas mais de 100 mil pessoas e mais de 2,2 milhões tiveram de abandonar suas casas.

O comandante das forças militares servo-bósnias, Ratko Mladic, ainda aguarda julgamento em Haia.

MD/dpa/afp