Rússia fica de fora do Conselho de Direitos Humanos da ONU
Assembleia Geral das Nações Unidas elege Croácia e Hungria e rejeita Moscou para representar Leste Europeu no órgão em Genebra. Brasil e Cuba são eleitos às vagas da América Latina. Mandato de três anos começa em 2017.A Rússia não conseguiu conquistar a reeleição como membro do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas nesta sexta-feira (28/10), em votação na Assembleia Geral da ONU. É a primeira vez, desde 2006, que Moscou é rejeitada para integrar o órgão internacional com sede em Genebra.Em disputa por um dos dois assentos reservados a países do Leste Europeu pleiteados nesta votação, a Rússia, com 112 votos, ficou atrás da Croácia e da Hungria, que receberam 114 e 144 votos, respectivamente. A Assembleia Geral da ONU é composta por 193 membros votantes."Foi uma votação muito acirrada", afirmou o embaixador russo nas Nações Unidas, Vitaly Churkin. "Croácia e Hungria têm sorte que, por conta de seu tamanho, não estão tão expostas aos ventos da diplomacia internacional. A Rússia está muito exposta. Estivemos [no Conselho de Direitos Humanos] por muito tempo. Tenho certeza que na próxima vez entraremos novamente."A candidatura russa, para um novo mandato de três anos, vinha sendo muito criticada por várias organizações de defesa dos direitos humanos, como a Human Rights Watch, principalmente devido às recentes ações militares do país na guerra civil síria, em que apoia o regime de Bashar al-Assad.Com a derrota na Assembleia Geral, "os Estados-membros da ONU enviaram uma forte mensagem ao Kremlin sobre o que pensam sobre seu apoio a um regime que tem perpetrado tanta atrocidade na Síria", opinou Louis Charbonneau, diretor do escritório da Human Rights Watch nas Nações Unidas.Brasil de volta ao ConselhoBrasil e Cuba foram eleitos para ocupar duas vagas latino-americanas, vencendo a Guatemala, terceiro país na disputa. A candidatura cubana recebeu apoio de 160 dos 193 membros, enquanto a brasileira obteve 137 votos favoráveis. A Guatemala, por sua vez, terminou a votação com 82 votos.Havana já era membro do Conselho de Direitos Humanos e conquistou a reeleição na votação desta sexta-feira. O Brasil, por sua vez, volta depois de um intervalo de um ano. Bolívia, Equador, El Salvador, Panamá, Paraguai e Venezuela seguem representando a região no órgão em 2017.Em nota, a diplomacia brasileira agradeceu o apoio e afirmou que, "durante o mandato, o país se empenhará para aumentar a efetividade do Conselho na promoção e proteção dos direitos humanos".A reeleição de Cuba foi criticada por organizações de direitos humanos, incluindo a Human Rights Watch. De acordo com a ONG, para ser uma candidata plausível, Havana deveria acabar com a "repressão sistemática dos dissidentes e com a recusa de permitir visita dos observadores da ONU".O Conselho de Direitos Humanos da ONU, criado em 2006, contém 47 assentos, dos quais 14 foram renovados nesta sexta-feira para um mandato de três anos, com início em janeiro de 2017.Além dos citados Brasil, Cuba, Croácia e Hungria, também foram eleitos Iraque, Arábia Saudita, Egito, China, Ruanda, África do Sul, Japão, Tunísia, Estados Unidos e Reino Unido.EK/ap/dpa/efe/lusa/rtr
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