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Ofensiva contra o EI aumenta temores de atentado na Alemanha

31/10/2016 11h20

Autoridades alemãs se preparam para novas ameaças enquanto o "Estado Islâmico" é pressionado em Mossul. Ao mesmo tempo, preocupa o aumento da violência de extrema-direita.Enquanto avança a ofensiva para retomar a cidade de Mossul – o maior bastião do "Estado Islâmico" (EI) no Iraque – a Alemanha se prepara para possíveis novos ataques terroristas. O presidente do Departamento de Proteção à Constituição, Hans-Georg Maassen, disse à emissora pública de rádio Deutschlandfunk neste domingo (31/10) que a operação militar realizada pelas forças iraquianas, curdas e da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos poderá motivar os apoiadores do EI a realizarem novos ataques na Europa."Isso é o que queremos evitar e estamos nos preparando adequadamente", disse Maassen, acrescentando que até o momento, apenas alguns combatentes do EI oriundos da Alemanha e outros países da Europa retornaram em razão das derrotas dos jihadistas.O número de alemães e europeus que partem para combater pelo EI pouco mudou desde o início da ofensiva. De meados de 2014 até agosto de 2016, a quantidade de combatentes que partiu rumo à Síria ou ao Iraque aumentou acentuadamente, mas agora, segundo Maassen, os números estão estagnados."Minha impressão é que atualmente os combates na Síria e no Iraque não são tão atraentes para os jihadistas alemães", explica, pois "chegar até lá é muito perigoso".Os militares americanos calculam que muitos dos combatentes estrangeiros que estão entre os 4,5 mil jihadistas em Mossul vão acabar se tornado a base da resistência do EI na cidade.Aumento dos crimes de ódio preocupaAs preocupações do chefe do serviço secreto doméstico também se voltam para o extremismo de direita na Alemanha. "Nos preocupa que possa haver terroristas de extrema direita ou células individuais no país", afirmou. Ele citou como possível ameaça um grupo conhecido como "Sociedade Velha Escola", que possui uma rede nacional que supostamente planejava ataques a refugiados e salafistas.No dia 19 de outubro, um membro do movimento Reichsbürger ("cidadãos do império alemão", em tradução literal), feriu quatro policiais durante um tiroteio no estado da Baviera. Mais tarde, um dos policiais morreu em razão dos ferimentos.Um relatório intitulado Gutes Leben in Deutschland ("Vida boa na Alemanha") divulgado recentemente pelo jornal Passauer Neue Presse revelou que os crimes de ódio no país aumentaram 77% em 2015, enquanto os crimes contra estrangeiros cresceram 116%.RC/dpa/rtr