Parlamento Europeu apoia parar processo de adesão da Turquia à UE
Movidos pela "repressão desproporcional" em curso no país, eurodeputados votam pelo congelamento temporário das negociações. Resolução não é vinculativa, mas manda forte recado para Ancara.O Parlamento Europeu votou nesta quinta-feira (24/11) pelo congelamento temporário das negociações sobre a adesão da Turquia à União Europeia (UE) devido à "repressão desproporcional" em curso no país desde a tentativa de golpe de Estado, no mês de julho.A resolução não deverá ter qualquer efeito enquanto os Estados-membros quiserem manter as negociações, mas ilustra o desconforto europeu com o estilo autoritário do presidente Recep Tayyip Erdogan.A resolução foi aprovada em Estrasburgo por ampla maioria: dos 623 parlamentares presentes, 479 votaram a favor, enquanto 37 foram contra e 107 se abstiveram. Embora de caráter não vinculativo, o resultado da votação manda um forte recado a Ancara, além de colocar sob pressão a Comissão Europeia, que conduz as conversações."A Turquia é parceira importante da UE", disseram os eurodeputados em um comunicado conjunto. "Mas, em parcerias, a vontade de cooperar tem que partir dos dois lados. A Turquia não tem demonstrado essa vontade política, pois as ações do governo estão desviando o país de sua trajetória europeia."De acordo com a resolução, os legisladores se comprometeram a revisar seu posicionamento quando "forem suspensas as medidas desproporcionais adotadas durante o estado de sítio na Turquia", quando então irão avaliar "se o Estado de Direito e os direitos humanos foram restaurados em todo o país".O processo de adesão da Turquia à UE foi iniciado em 2005. Um acordo para acelerar as negociações foi fechado em março de 2016, na sequência do pacto sobre migrações concluído entre ambas as partes.Mas os responsáveis do lado europeu têm criticado a onda de repressão lançada pelo governo de Erdogan após o golpe de estado fracassado de 15 de julho, que levou a dezenas de milhares de detenções e demissões.Na quarta-feira, referindo-se à votação iminente, Erdogan afirmou que ela não tem qualquer validade. "Não me é sequer possível digerir a mensagem que eles querem enviar", disse.IP/dpa/afp/lusa
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