PIB recua 0,8% e fecha sete semestres de queda
Economia não dá sinal de melhora com novo governo, e Brasil se encaminha para completar segundo ano de recessão. Indústria e investimentos frustram expectativas e recuam.A recessão econômica do Brasil tornou-se ainda mais profunda no terceiro trimestre de 2016, contrariando a expectativa do governo de que o aumento da confiança dos consumidores e das empresas impulsionaria a economia depois do afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff.De acordo com números divulgados nesta quarta-feira (30/11) pelo IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, fechou o terceiro trimestre do ano com queda de 0,8% em relação ao trimestre anterior – em linha com as expectativas da maioria dos economistas. Com isso, o país registra o sétimo trimestre seguido de retração da economia. De abril a junho, o recuo havia sido de 0,4%.Na comparação anual, com o terceiro trimestre de 2015, a queda é de 2,9%. Já no resultado acumulado do ano até setembro, o PIB apresentou recuo de 4% em relação a igual período de 2015, maior queda para este período desde o início da série, em 1996. Em valores correntes, o PIB alcançou 1,580 trilhão de reais.Os investimentos recuaram 3,1%, frustrando expectativas de que o modesto incremento de 0,4% no trimestre anterior – o primeiro em mais de dois anos – fosse o início de uma recuperação. Os dados do IBGE mostram ainda que o consumo da população caiu 0,6%, e o do governo, 0,3%. No setor externo, as exportações de bens e serviços caíram 2,8%, e as importações recuaram 3,1%.Na análise dos subsetores da economia, a agricultura teve retração de 1,4% no período, a indústria caiu 1,3%, e o setor de serviços registrou queda de 0,6%. A indústria também frustrou uma expectativa positiva, depois de ter registrado alta de 1,2% no segundo trimestre.O desempenho decepcionante da economia brasileira desde a posse do presidente Michel Temer levou economistas a rebaixar seus prognósticos de crescimento de 2017 para um nível em torno de 1%, e alguns analistas não descartam um terceiro ano de recessão.AS/rtr/abr/ots
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