Criminalidade se mantém estável na Alemanha
Estatística mostra estabilidade nas ocorrências em 2016, apesar do crescimento da população. Número de requerentes de refúgio acusados de um crime sobe 52,7%.Estatísticas criminais divulgadas nesta segunda-feira (24/04) pelas autoridades alemãs mostraram um aumento de 52,7% no número de requerentes de refúgio que são acusados de um crime e um aumento de 10,9% no de estrangeiros em geral, na comparação entre 2016 e 2015.A polícia registrou ainda uma alta de 6,6% no número de crimes de motivação política. Em 2015 também havia sido registrada alta, de 19,2%. "Isso é inaceitável", afirmou o ministro do Interior, Thomas de Maizière, ao apresentar os números em Berlim.A Alemanha registrou um aumento nos crimes violentos, como homicídio (alta de 14,3%), e de delitos sexuais (12,8%). Já o número de arrombamentos caiu 9,5%.Total de ocorrênciasEm todo o ano de 2016 foram registradas 6,37 milhões de ocorrências, uma leve alta de 0,7% em relação ao ano anterior. A proporção é de 7.800 casos para cada cem mil habitantes. A taxa de resolução foi de 56,2%, semelhante à de 2015.Se forem excluídas as infrações às leis de imigração (cometidas quase que exclusivamente por estrangeiros), houve queda de 0,7%, de 5,93 milhões em 2015 para 5,88 milhões em 2016, apesar do aumento da população do país.SuspeitosCerca de 2,36 milhões de pessoas foram investigadas por um crime. Observou-se um declínio de 3,4% no número de suspeitos alemães, para 1,4 milhão, e um aumento de 4,6% no de suspeitos estrangeiros, para 953 mil.Se forem excluídas as infrações às leis de imigração, o número de suspeitos se manteve estável, em cerca de 2 milhões. Os alemães são 1,4 milhão, enquanto os estrangeiros são 616 mil, uma alta de 10,9%. Entre os estrangeiros, 174 mil são requerentes de refúgio, pessoas "toleradas" (que tiveram o pedido negado, mas não puderam ser extraditadas), refugiados de guerras civis ou pessoas ilegais no país. A alta é de 52,7%. Pessoas que tiveram seu pedido de refúgio aprovado não estão nesse grupo.Esse grupo é responsável por 35% dos casos de furtos de carteiras, 16,8% dos de roubos no comércio e 14,9% tanto nos crimes sexuais como nas lesões corporais graves.Uma explicação para a alta de 52,7% é que em 2016 havia mais requerentes de refúgio na Alemanha do que em 2015. Além disso, muitos vivem em espaços apertados em abrigos, o que favorece os desentendimentos e brigas, ressalvaram as autoridades.De Maizière disse que se trata de uma evolução desagradável. "Não há nada para esconder", acrescentou. Ele afirmou que, na maioria dos casos, trata-se de homens jovens e que há muitos casos de reincidência. O ministro ressalvou que a ampla maioria dos refugiados vive dentro da lei. "Não vamos permitir que haja uma desconfiança generalizada em relação a refugiados." Determinadas nacionalidades representam a maior parte dos suspeitos, disse o ministro, sem mencionar quais. Ele afirmou que pessoas que realmente necessitam de ajuda, como os sírios em fuga da guerra civil, estão sub-representadas na estatística.Crimes com motivação políticaCrimes politicamente motivados atingiram um recorde, com mais de 41,5 mil casos registrados, ou aumento de 6,6%. O número de crimes com motivação de extrema direita aumentou 2,6%, para 23 mil casos, enquanto os atos com motivação de extrema esquerda caíram 2,2%, para 9.389 casos. Um forte aumento foi registrado nos crimes de motivação política cometidos por estrangeiros – alta de 66,5%, para 3.372 casos. O crime mais comum é o de propaganda de organizações proibidas (33,5%), como, por exemplo, usar símbolos de grupos proibidos. Os crimes violentos com motivação política caíram 2%, para 4.311, mas os cometidos por estrangeiros subiram 73%, para quase 600 casos. Entre eles está o atentado a um mercado de Natal em Berlim.Crimes violentosOs crimes violentos registraram um aumento de 6,7%, somando 193 mil casos em 2016. Infrações com lesão corporal grave aumentaram 9,9%, chegando a 140 mil. Os casos de homicídio cresceram 14,3% e somaram 2.418, porém em 73% deles trata-se de tentativas.Já os assaltos diminuíram 3,7%, para 43 mil casos registrados. Registros de estupro e agressões sexuais, por sua vez, tiveram aumento de 12,8%, com 7.919 casos.FurtosAssim como nos anos anteriores, os furtos dominaram as estatísticas criminais, representando 37,3% do total dos crimes registrados. Em comparação com 2015, o número caiu 4,4%, para 2,37 milhões de casos. Entre outros, foram registrados menos roubos de carros e bicicletas.ArrombamentosO número de arrombamentos de residências, que estão incluídos na estatística de furtos, retrocedeu pela primeira vez em muitos anos: queda de 9,5%, para 151 mil. Em 67 mil casos trata-se de tentativas não consumadas. Somente em dois estados alemães houve aumento: Saxônia e Saxônia-Anhalt.Criminalidade de ruaEste âmbito da criminalidade registrou 1,32 milhão de casos e representou cerca de 20,7% do total de crimes registrados. Houve um declínio de 0,9%. Furtos de carteiras diminuíram 2%, para 165 mil.PV/dpa/rtr/ots
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