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Palocci é condenado a 12 anos de prisão

26/06/2017 10h40

Juiz federal Sérgio Moro condena ex-ministro por corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo denúncia, Palocci interferiu em favor da Odebrecht em licitação da Petrobras. Ele ainda é réu em outro processo da Lava Jato.O ex-ministro Antonio Palocci (PT) foi condenado nesta segunda-feira (26/06) a 12 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos trâmites legais em primeira instância da Operação Lava Jato.Ex-ministro da Fazenda no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, e da Casa Civil na gestão de Dilma Rousseff, foi preso em setembro de 2016, na 35ª fase da Lava Jato, e denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) em outubro por supostamente participar de esquema envolvendo a atuação da empreiteira Odebrecht junto a Petrobras. Palocci está negociando um acordo de delação premiada com os promotores da Lava Jato.Na sentença, Moro afirmou que a prática do crime de corrupção envolveu o pagamento de 10,2 milhões de reais. "Um valor bastante expressivo", disse. "Além disso, o crime insere-se num contexto mais amplo, revelado nestes mesmos autos, de uma conta corrente geral de propinas com acertos de até 200 milhões de reais."O juiz federal afirmou ainda que os valores "serviram para remunerar, sem registro, serviços prestados em campanha eleitorais, o que representa fraude equivalente em prestações de contas eleitorais". Moro classificou a culpabilidade de Palocci de "elevada", pois ele agiu enquanto ministro da Casa Civil, "um dos cargos mais importantes na administração pública federal".Segundo a denúncia dos investigadores, Palocci interferiu na licitação de 21 sondas da Petrobras para favorecer a Odebrecht. "Entre 2006 e 2015, Palocci estabeleceu com altos executivos da Odebrecht um amplo e permanente esquema de corrupção destinado a assegurar o atendimento aos interesses do grupo empresarial na alta cúpula do governo federal."A promotoria alegou que a propina tinha o PT como destinatário principal. Ainda segundo a denúncia, Palocci gerenciava a conta usada pela Odebrecht para pagar o partido. Em 2010, ele foi o coordenador da campanha presidencial de Dilma.Em delações, executivos da Odebrecht apontaram que Palocci era conhecido como "Italiano", sendo responsável pelo "caixa geral" de acertos de propinas entre a empreiteira e o PT. Os pagamentos ao marqueteiro João Santana foram feitos sob supervisão de Palocci, entre 2012 e 2013.No mesmo processo, também foram condenados nesta segunda-feira o ex-presidente da construtora, Marcelo Odebrecht, o casal de publicitários João Santana e Mônica Moura e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Moro absolveu o assistente de Palocci, Branislav Kontic, e o executivo da Odebrecht, Rogério Santos de Araújo, por falta de provas.Palocci ainda é réu em outro processo da Lava Jato, envolvendo oito contratos entre Odebrecht e Petrobras que resultaram no desvio de cerca de 75 milhões de reais. Parte do dinheiro teria sido usada para comprar um terreno onde seria construída uma sede do Instituto Lula e um apartamento vizinho ao do do ex-presidente em São Bernardo do Campo. O veredicto desta ação deve ser anunciado apenas a partir de agosto.Confira a lista de condenados:- Marcelo Odebrecht: corrupção ativa e lavagem de dinheiro- João Santana: lavagem de dinheiro- Mônica Moura: lavagem de dinheiro- João Vaccari Neto: corrupção passiva- Eduardo Costa Vaz Musa: corrupção passiva- José Carlos de Medeiros Ferraz: corrupção passiva- Renato de Souza Duque: corrupção passiva- Hilberto Mascarenhas: lavagem de dinheiro- Fernando Migliaccio da Silva: lavagem de dinheiro- Luiz Eduardo da Rocha Soares: lavagem de dinheiro- Olívio Rodrigues Júnior: lavagem de dinheiro- Marcelo Rodrigues: lavagem de dinheiroPV/ots