Iraque retoma icônica mesquita em Mossul
Forças iraquianas ocupam local emblemático, onde liderança do "Estado Islâmico" proclamou o autodenominado califado há três anos. Mas do histórico templo, só restaram ruínas.As forças iraquianas anunciaram nesta quinta-feira (29/06) que retomaram das mãos do grupo terrorista "Estado Islâmico" (EI) a emblemática mesquita Al Nuri, também conhecida como a Grande Mesquita de Mossul, em ruínas desde sua destruição pelos jihadistas na semana passada.O templo é tido como uma conquista simbólica na luta pelo controle da segunda maior cidade do Iraque – foi no local que o líder do EI, Abu Bakr al-Baghdadi, proclamou um califado há exatos três anos.Segundo informou o Exército iraquiano a agências de notícias internacionais, as forças do país alcançaram o complexo onde a mesquita está localizada na tarde desta quinta-feira, tomando o controle das ruas nos arredores.Para o governo iraquiano, a retomada de Al Nuri representa o declínio do autodenominado califado jihadista. "Estamos assistindo ao fim do falso Estado do Daesh ["Estado Islâmico"], a liberação de Mossul prova isso", afirmou o primeiro-ministro do país, Haider al-Abadi, no Twitter.O premiê disse ainda que as forças iraquianas seguirão combatendo o grupo extremista "até que o último [membro] deles seja morto ou levado à Justiça". "Não vamos ceder. Nossas forças corajosas trarão a vitória", completou Abadi.A ofensiva iraquiana teve início em outubro do ano passado, com apoio da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, e tenta expulsar os jihadistas da cidade de Mossul, considerada o último grande reduto urbano do "Estado Islâmico" no Iraque.Cada vez mais acuados, os combatentes do grupo terrorista estão encurralados numa pequena área da cidade velha de Mossul, uma zona de ruas estreitas ainda densamente populada por civis. Nesse território, as Nações Unidas estimam que cerca de 100 mil pessoas estejam sendo usadas como escudos humanos, o que dificulta o avanço das forças iraquianas.Segundo uma pesquisa publicada nesta quinta-feira pelo centro de análises IHS Markit, em Londres, o EI perdeu, em três anos, cerca de 60% do território que uma vez ocupou no Iraque e na Síria, além de 80% de seus rendimentos.Mesquita Al NuriA Grande Mesquita de Mossul, destruída com explosivos em 21 de junho passado, ficava no coração do centro histórico da cidade. Seu minarete de 45 metros de altura, famoso por sua inclinação, era o principal símbolo de Mossul, uma espécie de Torre de Pisa do Iraque.O minarete era simbólico e peculiar devido ao seu formato, com uma inclinação de cerca de 2 metros e meio, e era conhecido pela população local pelo apelido de Hadba, ou corcunda. Ele foi concluído no século 12 e era a última parte remanescente da mesquita original.No mundo ocidental, a construção ficou conhecida quando os jihadistas do então "Estado Islâmico no Iraque e no Levante" tomaram a cidade de Mossul, em junho de 2014. No dia 12, eles assassinaram o imã da mesquita, Mohammed al-Mansouri, por ele ter se recusado a se unir a eles.Também naquele mês, o grupo se renomeou "Estado Islâmico" e proclamou um califado nos territórios ocupados. O anúncio foi feito do púlpito da Grande Mesquita pelo líder do grupo, Abu Bakr al-Baghdadi, que se declarou califa e exigiu obediência de muçulmanos de todo o mundo.Há relatos de que, quando jihadistas do EI tentaram explodir a mesquita pela primeira vez, ainda em 2014, foram impedidos por uma corrente humana formada pelos moradores.EK/ap/rtr/dpa/afp/lusa/dw
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