Castelo de Wartburg, o lugar mais visitado da Reforma
Com cerca de mil anos e patrimônio da humanidade pela Unesco, o castelo de Wartburg é associado a vários fatos históricos, entre eles, Martinho Lutero, e uma lendária mancha de tinta.Entre os anos 1521 e 22, o reformador Martinho Lutero passou um ano no castelo de Wartburg,que fica na cidade hoje conhecida como Eisenach, no leste da Alemanha. Mesmo que a estada não tenha sido por vontade própria de Lutero, foi um período muito produtivo para ele. Quatro anos antes, ele havia publicado as famosas 95 teses criticando as indulgências e exigindo uma reforma dos dogmas da Igreja Católica.
As ideias de Lutero eram tão radicais para a Igreja da época, que a Assembleia de Worms, formada pelos príncipes do Sacro Império Romano Germânico, decidiu proscrever suas obras e declará-lo herege. Isso significou a perda da proteção legal que possuía. Para evitar qualquer tragédia, Friedrich 3º, príncipe da Saxônia, antecipou-se e organizou um sequestro falso de Martinho Lutero, justamente quando ele estava retornando de Worms a Wittenberg, onde residia.
A encenação funcionou tão bem que muitas pessoas acreditaram que o reformador estivesse morto. O pintor Albrecht Dürer chegou, inclusive, a lamentar os livros que Lutero poderia ter vindo a escrever.
Estudos no castelo de Wartburg
Lutero estava, na realidade, escondido no castelo de Wartburg e assumira outro nome, Junker Jörg. Ele deixou a barba crescer e raspou o cabelo como um monge. Ali, o reformador traduziu o Novo Testamento do grego ao alemão. Sua primeira edição da Bíblia, "O testamento de setembro”, foi publicada no outono de 1522.
Não era a primeira tradução da Bíblia em alemão, mas, sem dúvida, foi a que mais teve consequências e influenciou seus leitores. Além de oferecer ao povo alemão a Bíblia em uma linguagem acessível, o reformador fez com que ela servisse também de guia ortográfico.
Nos anos seguintes, o castelo de Wartburg, caiu no esquecimento. Até que, em 1817, exatamente 300 anos depois da memorável publicação das teses de Lutero, estudantes realizaram um encontro no castelo e reviveram a importância do lugar no processo da Reforma.
A partir daí, o castelo se tornou lugar de referência na peregrinação protestante, chegando a atrair cerca de 35 mil visitantes por ano. Além de aprender sobre a história luterana, os visitantes do castelo têm a possibilidade de apreciar a arquitetura românica tardia do castelo, datado do século 12. Muitos visitantes demonstram também interesse no legado de Elizabeth da Hungria, e que posteriormente se tornou Santa Elizabeth da Turíngia. Mas, sem dúvida alguma, todos querem visitar o quarto de Lutero.
O diabo e a mancha de tinta
O quarto onde Lutero trabalhou tem poucos móveis: na época havia uma lareira, hoje apenas um forno para aquecimento, uma mesa, uma cadeira e um banco feito de vértebra de baleia. Há também um retrato de Lutero na parede e uma Bíblia sobre a mesa. A Bíblia, a mesa e a poltrona são apenas réplicas. A lenda diz que a mesa original foi desmontada aos poucos pelos peregrinos, que levavam pedacinhos.
Também partes da parede foram levadas, porque se pensava que ali havia uma famosa mancha de tinta. De acordo com a lenda, o diabo havia se escondido atrás da lareira de azulejo no quarto de Lutero, que atirou seu tinteiro contra ele. E, apesar de que estudos indiquem que não há nenhuma prova científica sobre o fato, muitos visitantes ainda continuam perguntando sobre a mancha de tinta na parede.
O castelo é o lugar relacionado à Reforma mais visitado no mundo, de acordo com a Fundação Wartburg.
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As ideias de Lutero eram tão radicais para a Igreja da época, que a Assembleia de Worms, formada pelos príncipes do Sacro Império Romano Germânico, decidiu proscrever suas obras e declará-lo herege. Isso significou a perda da proteção legal que possuía. Para evitar qualquer tragédia, Friedrich 3º, príncipe da Saxônia, antecipou-se e organizou um sequestro falso de Martinho Lutero, justamente quando ele estava retornando de Worms a Wittenberg, onde residia.
A encenação funcionou tão bem que muitas pessoas acreditaram que o reformador estivesse morto. O pintor Albrecht Dürer chegou, inclusive, a lamentar os livros que Lutero poderia ter vindo a escrever.
Estudos no castelo de Wartburg
Lutero estava, na realidade, escondido no castelo de Wartburg e assumira outro nome, Junker Jörg. Ele deixou a barba crescer e raspou o cabelo como um monge. Ali, o reformador traduziu o Novo Testamento do grego ao alemão. Sua primeira edição da Bíblia, "O testamento de setembro”, foi publicada no outono de 1522.
Não era a primeira tradução da Bíblia em alemão, mas, sem dúvida, foi a que mais teve consequências e influenciou seus leitores. Além de oferecer ao povo alemão a Bíblia em uma linguagem acessível, o reformador fez com que ela servisse também de guia ortográfico.
Nos anos seguintes, o castelo de Wartburg, caiu no esquecimento. Até que, em 1817, exatamente 300 anos depois da memorável publicação das teses de Lutero, estudantes realizaram um encontro no castelo e reviveram a importância do lugar no processo da Reforma.
A partir daí, o castelo se tornou lugar de referência na peregrinação protestante, chegando a atrair cerca de 35 mil visitantes por ano. Além de aprender sobre a história luterana, os visitantes do castelo têm a possibilidade de apreciar a arquitetura românica tardia do castelo, datado do século 12. Muitos visitantes demonstram também interesse no legado de Elizabeth da Hungria, e que posteriormente se tornou Santa Elizabeth da Turíngia. Mas, sem dúvida alguma, todos querem visitar o quarto de Lutero.
O diabo e a mancha de tinta
O quarto onde Lutero trabalhou tem poucos móveis: na época havia uma lareira, hoje apenas um forno para aquecimento, uma mesa, uma cadeira e um banco feito de vértebra de baleia. Há também um retrato de Lutero na parede e uma Bíblia sobre a mesa. A Bíblia, a mesa e a poltrona são apenas réplicas. A lenda diz que a mesa original foi desmontada aos poucos pelos peregrinos, que levavam pedacinhos.
Também partes da parede foram levadas, porque se pensava que ali havia uma famosa mancha de tinta. De acordo com a lenda, o diabo havia se escondido atrás da lareira de azulejo no quarto de Lutero, que atirou seu tinteiro contra ele. E, apesar de que estudos indiquem que não há nenhuma prova científica sobre o fato, muitos visitantes ainda continuam perguntando sobre a mancha de tinta na parede.
O castelo é o lugar relacionado à Reforma mais visitado no mundo, de acordo com a Fundação Wartburg.
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