Vice-premiê da Irlanda renuncia para evitar novas eleições
Em meio à pressão da oposição, Frances Fitzgerald deixa cargo antes de enfrentar uma moção de censura no Parlamento irlandês. A conservadora é acusada de envolvimento em escândalo de corrupção na polícia.Em meio à pressão da oposição, a vice-primeira-ministra da Irlanda, Frances Fitzgerald, renunciou ao cargo nesta terça-feira (28/11), tentando assim evitar o aprofundamento de um crise política que levaria à queda do governo e à convocação de eleições gerais antecipadas em dezembro.
Fitzgerald renunciou ao cargo antes de enfrentar uma moção de censura no Parlamento irlandês apresentada pelo principal partido da oposição, o centrista Fianna Fail (FF). Em questão estava o envolvimento de Fitzgerald, que tinha assumido a pasta da Justiça e do Interior entre 2014 e 2016, num escândalo de corrupção na polícia.
Segundo porta-voz do governo, o primeiro-ministro, o democrata-cristão Leo Varadkar, comunicou que aceitara a saída de sua "número dois" ao líder da legenda centrista FF, Michéal Martin. Martin tinha assegurado que o partido não avançaria com a moção de censura, caso Fitzgerald confirmasse a sua demissão.
O partido nacionalista Sinn Féin, terceira força nacional, também apresentara uma moção de censura contra Fitzgerald, o que aumentou a pressão sobre a ex-ministra de Justiça para que abandonasse o cargo, levando-a a ceder.
Varadkar e o seu partido, o Fine Gael (FG), assumiram a defesa de Fitzgerald, mas o atual governo é minoritário no Parlamento e depende do Fianna Fail para governar. Ambos os partidos assinaram então um acordo de "confiança e facilitação", pelo qual o FF se comprometeu a não apresentar moções de censura contra os ministros e a apoiar o governo em, pelo menos, três votações de orçamento geral e outras relativas a questões de interesse nacional.
Essa moção de censura surgiu a três semanas de uma cúpula europeia decisiva sobre o estatuto da fronteira com a Irlanda do Norte após o Brexit. A Irlanda está imersa, junto com seus sócios comunitários, nas conversas sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, que decidirá na cúpula de dezembro se esse diálogo passará para sua segunda fase.
Nesta primeira rodada de negociações, Londres e os 27 países do bloco abordam questões relacionadas aos direitos dos cidadãos, à conta de saída que os britânicos devem pagar e ao futuro da fronteira norte-irlandesa, fundamental para as economias das duas jurisdições da ilha da Irlanda e seu processo de paz.
Os líderes da UE vão se reunir em 14 e 15 de dezembro para avaliar se houve progressos suficientes nas negociações para a saída do Reino Unido, que permitam passar à segunda fase, sobre a futura relação comercial e o período de transição.
Dublin ameaça bloquear a passagem à segunda fase se até lá o Reino Unido não der garantias de que a fronteira entre Irlanda e Irlanda Norte se mantém aberta, livre de alfândegas ou outras barreiras. Após o Brexit, a fronteira de 500 quilômetros será a única terrestre entre o Reino Unido e outro país.
PV/lusa/efe/rtr/afp/ap
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Fitzgerald renunciou ao cargo antes de enfrentar uma moção de censura no Parlamento irlandês apresentada pelo principal partido da oposição, o centrista Fianna Fail (FF). Em questão estava o envolvimento de Fitzgerald, que tinha assumido a pasta da Justiça e do Interior entre 2014 e 2016, num escândalo de corrupção na polícia.
Segundo porta-voz do governo, o primeiro-ministro, o democrata-cristão Leo Varadkar, comunicou que aceitara a saída de sua "número dois" ao líder da legenda centrista FF, Michéal Martin. Martin tinha assegurado que o partido não avançaria com a moção de censura, caso Fitzgerald confirmasse a sua demissão.
O partido nacionalista Sinn Féin, terceira força nacional, também apresentara uma moção de censura contra Fitzgerald, o que aumentou a pressão sobre a ex-ministra de Justiça para que abandonasse o cargo, levando-a a ceder.
Varadkar e o seu partido, o Fine Gael (FG), assumiram a defesa de Fitzgerald, mas o atual governo é minoritário no Parlamento e depende do Fianna Fail para governar. Ambos os partidos assinaram então um acordo de "confiança e facilitação", pelo qual o FF se comprometeu a não apresentar moções de censura contra os ministros e a apoiar o governo em, pelo menos, três votações de orçamento geral e outras relativas a questões de interesse nacional.
Essa moção de censura surgiu a três semanas de uma cúpula europeia decisiva sobre o estatuto da fronteira com a Irlanda do Norte após o Brexit. A Irlanda está imersa, junto com seus sócios comunitários, nas conversas sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, que decidirá na cúpula de dezembro se esse diálogo passará para sua segunda fase.
Nesta primeira rodada de negociações, Londres e os 27 países do bloco abordam questões relacionadas aos direitos dos cidadãos, à conta de saída que os britânicos devem pagar e ao futuro da fronteira norte-irlandesa, fundamental para as economias das duas jurisdições da ilha da Irlanda e seu processo de paz.
Os líderes da UE vão se reunir em 14 e 15 de dezembro para avaliar se houve progressos suficientes nas negociações para a saída do Reino Unido, que permitam passar à segunda fase, sobre a futura relação comercial e o período de transição.
Dublin ameaça bloquear a passagem à segunda fase se até lá o Reino Unido não der garantias de que a fronteira entre Irlanda e Irlanda Norte se mantém aberta, livre de alfândegas ou outras barreiras. Após o Brexit, a fronteira de 500 quilômetros será a única terrestre entre o Reino Unido e outro país.
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