Um brinde à gastronomia de Munique
Famosa pela cerveja, capital da Baviera também é conhecida pela cultura dos bares ao ar livre, os chamados biergartens. Para acompanhar a bebida, a cidade alemã oferece clássicos como pretzel e salsicha branca.É impossível pensar em Munique sem pensar em cerveja. E que seja logo um caneco bem grande ou um copo alto de meio litro, típico da cerveja de trigo. Para apreciar a bebida, não se pode deixar de visitar alguns dos biergartens e cervejarias da capital bávara, onde também dá para provar comidas típicas.
Para começar o dia, que tal um café da manhã bávaro? Em vez do café com leite, um copão de cerveja, e, para acompanhar, salsichas brancas, mostarda e pretzel. Vai encarar?
Leia também:
Turismo gastronômico em Colônia
O que comer numa visita a Berlim
A cerveja tradicional no típico weisswurstfrühstück (café da manhã de salsicha branca) é a weissbier – cerveja de trigo, que também pode ser chamada de weizenbier. Ela é considerada a cerveja mais bávara de todas. Apesar de pesada – afinal, é como se fosse um pão líquido –, ela não é amarga como outras cervejas e é uma das minhas prediletas.
Quanto à weisswurst, que também pode ser apreciada em outras refeições, é comum comê-la sem a pele. Basta fazer um corte ao longo de um dos lados da salsicha e puxar a pele com a mão. E é claro que não pode faltar a bayerischer süsser Senf, tradicional mostarda adocicada, e o pretzel – pão em formato de nó que é símbolo da culinária bávara.
Polvilhado com sal grosso, o pretzel é também presença garantida na Oktoberfest e nos biergartens da cidade. Esses "jardins da cerveja", bares ao ar livre, têm mais de 200 anos de tradição em Munique.
Comida de biergarten e de cervejaria
Um dos biergartens mais famosos é o da Torre Chinesa (Chinesischer Turm), no parque Englischer Garten. Apesar da fama, o local é frequentado tanto por turistas quanto por locais. Rodeado de verde e à beira da famosa torre oriental de 25 metros de altura, é o segundo maior biergarten da cidade.
O maior de todos é o Hirschgarten, localizado no parque de mesmo nome e que tem lugar para cerca de 8 mil pessoas. Adorei o clima do lugar, frequentado sobretudo por locais.
Também gostei do biergarten que fica no mercado Viktualienmarkt, bem no coração de Munique. Durante o dia, dá para sentar na sombra de uma castanheira e também aproveitar para visitar o restante do mercado, repleto de delícias para comer.
Na primeira vez que fui a Munique, uma amiga bávara me disse que eu não poderia deixar de provar duas coisas num biergarten: obazda e wurstsalat.
Um dos principais parceiros do pretzel, o obazda é uma pasta de queijo de sabor marcante, que, como uma boa representante local, leva cerveja. Composto em sua maior parte por um queijo mole – com maior frequência camembert –, o obazda tem cor alaranjada, graças à páprica doce.
A wurstsalat, por sua vez, é uma salada feita de salsicha e cebola temperadas com azeite, vinagre, uma pitada de açúcar e cebolinha. Algumas receitas também levam pepino em conserva e mostarda. Simples e gostosa.
Além da wurstsalat e das salsichas brancas, outro clássico do repertório de embutidos da Baviera e de Munique é o leberkäse, bolo de carne assado em forma de pão e servido em fatias, geralmente com mostarda. Pode ser servido frio ou quente, na companhia de pretzel ou dentro de um pãozinho. Também pode vir no prato, com um ovo frito por cima e salada de batata ou batatas cozidas como acompanhamento.
Outro prato típico – e substancioso – é o krustenschweinebraten, carne assada de porco com crosta crocante, geralmente acompanhada de kartoffelknödel (bolinhos de batata). Há ainda o brathendl, frango assado, bastante apreciado na Oktoberfest e geralmente servido com salada de batata.
Da cerveja à sobremesa
Com tanta comida, já vai dando sede outra vez. Nos biergartens e nas cervejarias de Munique, além da cerveja de trigo, há outras variedades da bebida, as quais são servidas em canecos – o de um litro, típico da Oktoberfest, se chama mass.
A chamada Münchner Bier (cerveja de Munique) é produzida por seis grandes cervejarias: Augustiner, Hofbräu, Lowenbräu, Paulaner, Spaten e Hacker-Pschorr. Não se trata de um tipo de cerveja, mas de uma denominação de origem geográfica protegida, que inclui a helles (clara, do tipo lager), e a dunkel (cerveja escura), por exemplo. No verão, também é comum tomar radler nos biergartens – mistura de cerveja e refrigerante de limão.
Para a sobremesa, uma boa pedida é o apfelkücherl, rodelas de maçã envoltas em massa e fritas. Polvilhado com açúcar e canela, o doce costuma ser servido com sorvete ou calda de baunilha.
Há ainda o dampfnudel, típico do sul da Alemanha em geral. Eu não gosto muito, acho pesado, mas vale a pena experimentar. É um bolinho de massa doce cozido no vapor. Pode ser com ou sem recheio e é geralmente servido com calda de baunilha.
Pratos típicos de Munique podem ser encontrados numa série de restaurantes da cidade, incluindo os das cervejarias famosas. Vale a pena conhecer a Hofbräu no centro, com seus infinitos salões e apresentações de música regional. Devido à fama, o preço é mais salgado que em outros lugares.
Gostei bastante do restaurante da Augustiner na rua Landsberger Strasse 19, com ambiente bem tradicional e poucos turistas. A comida estava boa, e uma grande vantagem é que meio litro da cerveja helles da casa custa apenas 2,75 euros. Prost!
Toda semana, a coluna Pitadas traz receitas, curiosidades e segredos da culinária europeia, contados por Luisa Frey, jornalista aspirante a mestre-cuca.
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Para começar o dia, que tal um café da manhã bávaro? Em vez do café com leite, um copão de cerveja, e, para acompanhar, salsichas brancas, mostarda e pretzel. Vai encarar?
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A cerveja tradicional no típico weisswurstfrühstück (café da manhã de salsicha branca) é a weissbier – cerveja de trigo, que também pode ser chamada de weizenbier. Ela é considerada a cerveja mais bávara de todas. Apesar de pesada – afinal, é como se fosse um pão líquido –, ela não é amarga como outras cervejas e é uma das minhas prediletas.
Quanto à weisswurst, que também pode ser apreciada em outras refeições, é comum comê-la sem a pele. Basta fazer um corte ao longo de um dos lados da salsicha e puxar a pele com a mão. E é claro que não pode faltar a bayerischer süsser Senf, tradicional mostarda adocicada, e o pretzel – pão em formato de nó que é símbolo da culinária bávara.
Polvilhado com sal grosso, o pretzel é também presença garantida na Oktoberfest e nos biergartens da cidade. Esses "jardins da cerveja", bares ao ar livre, têm mais de 200 anos de tradição em Munique.
Comida de biergarten e de cervejaria
Um dos biergartens mais famosos é o da Torre Chinesa (Chinesischer Turm), no parque Englischer Garten. Apesar da fama, o local é frequentado tanto por turistas quanto por locais. Rodeado de verde e à beira da famosa torre oriental de 25 metros de altura, é o segundo maior biergarten da cidade.
O maior de todos é o Hirschgarten, localizado no parque de mesmo nome e que tem lugar para cerca de 8 mil pessoas. Adorei o clima do lugar, frequentado sobretudo por locais.
Também gostei do biergarten que fica no mercado Viktualienmarkt, bem no coração de Munique. Durante o dia, dá para sentar na sombra de uma castanheira e também aproveitar para visitar o restante do mercado, repleto de delícias para comer.
Na primeira vez que fui a Munique, uma amiga bávara me disse que eu não poderia deixar de provar duas coisas num biergarten: obazda e wurstsalat.
Um dos principais parceiros do pretzel, o obazda é uma pasta de queijo de sabor marcante, que, como uma boa representante local, leva cerveja. Composto em sua maior parte por um queijo mole – com maior frequência camembert –, o obazda tem cor alaranjada, graças à páprica doce.
A wurstsalat, por sua vez, é uma salada feita de salsicha e cebola temperadas com azeite, vinagre, uma pitada de açúcar e cebolinha. Algumas receitas também levam pepino em conserva e mostarda. Simples e gostosa.
Além da wurstsalat e das salsichas brancas, outro clássico do repertório de embutidos da Baviera e de Munique é o leberkäse, bolo de carne assado em forma de pão e servido em fatias, geralmente com mostarda. Pode ser servido frio ou quente, na companhia de pretzel ou dentro de um pãozinho. Também pode vir no prato, com um ovo frito por cima e salada de batata ou batatas cozidas como acompanhamento.
Outro prato típico – e substancioso – é o krustenschweinebraten, carne assada de porco com crosta crocante, geralmente acompanhada de kartoffelknödel (bolinhos de batata). Há ainda o brathendl, frango assado, bastante apreciado na Oktoberfest e geralmente servido com salada de batata.
Da cerveja à sobremesa
Com tanta comida, já vai dando sede outra vez. Nos biergartens e nas cervejarias de Munique, além da cerveja de trigo, há outras variedades da bebida, as quais são servidas em canecos – o de um litro, típico da Oktoberfest, se chama mass.
A chamada Münchner Bier (cerveja de Munique) é produzida por seis grandes cervejarias: Augustiner, Hofbräu, Lowenbräu, Paulaner, Spaten e Hacker-Pschorr. Não se trata de um tipo de cerveja, mas de uma denominação de origem geográfica protegida, que inclui a helles (clara, do tipo lager), e a dunkel (cerveja escura), por exemplo. No verão, também é comum tomar radler nos biergartens – mistura de cerveja e refrigerante de limão.
Para a sobremesa, uma boa pedida é o apfelkücherl, rodelas de maçã envoltas em massa e fritas. Polvilhado com açúcar e canela, o doce costuma ser servido com sorvete ou calda de baunilha.
Há ainda o dampfnudel, típico do sul da Alemanha em geral. Eu não gosto muito, acho pesado, mas vale a pena experimentar. É um bolinho de massa doce cozido no vapor. Pode ser com ou sem recheio e é geralmente servido com calda de baunilha.
Pratos típicos de Munique podem ser encontrados numa série de restaurantes da cidade, incluindo os das cervejarias famosas. Vale a pena conhecer a Hofbräu no centro, com seus infinitos salões e apresentações de música regional. Devido à fama, o preço é mais salgado que em outros lugares.
Gostei bastante do restaurante da Augustiner na rua Landsberger Strasse 19, com ambiente bem tradicional e poucos turistas. A comida estava boa, e uma grande vantagem é que meio litro da cerveja helles da casa custa apenas 2,75 euros. Prost!
Toda semana, a coluna Pitadas traz receitas, curiosidades e segredos da culinária europeia, contados por Luisa Frey, jornalista aspirante a mestre-cuca.
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