Primeiro-ministro da Armênia renuncia após onda de protestos
Serj Sargsyan, no cargo há poucos dias após uma década na presidência, deixa o governo em meio à pressão popular. Oposição acusa líder de ter reformado sistema político para se perpetuar no poder.O primeiro-ministro da Armênia, Serj Sargsyan, anunciou nesta segunda-feira (23/04) sua renúncia ao cargo, depois de mais de uma semana de intensos protestos da oposição para que deixasse o posto.
"[O líder opositor Nikol] Pashinyan estava certo. Eu estava errado", afirmou o premiê em comunicado. "Na situação atual, há várias soluções, mas eu não seguirei nenhuma delas. Não é meu estilo. Estou deixando a liderança do país e o posto de primeiro-ministro da Armênia."
Sargsyan acrescentou que, com sua decisão, ele "cumpre a exigência" das manifestações populares, que reuniram mais de 100 mil pessoas na capital armênia, Erevan, somente neste domingo. "Desejo paz ao nosso país", justificou o líder.
Em reunião extraordinária nesta segunda-feira, o governo armênio nomeou o vice-primeiro-ministro Karen Karapetyan, um aliado de Sargsyan, como premiê interino. Karapetyan já exercera o cargo de chefe de governo entre setembro de 2016 e 9 de abril deste ano.
Sargsyan chegou ao cargo de primeiro-ministro na semana passada, depois de servir uma década como presidente, o que provocou uma agitação política na nação aliada da Rússia.
Segundo acusa a oposição, a medida foi planejada por Sargsyan com o único objetivo de se perpetuar no poder sob um novo sistema parlamentar de governo, que dá mais poderes ao primeiro-ministro. Seu mandato como presidente estava prestes a chegar ao fim.
O premiê, que rejeitava a acusação da oposição – liderada por Pashinyan – e anteriormente se recusou a renunciar ao cargo, surpreendeu o país ao anunciar sua decisão.
Nesta segunda-feira, vários armênios foram às ruas celebrar a renúncia, no 11º dia de protestos na capital. "O povo venceu", gritavam os apoiadores de Pashinyan, enquanto motoristas buzinavam e manifestantes erguiam bandeiras nacionais e se abraçavam.
Segundo a reforma constitucional aprovada em 2015 e que entrou em vigor este ano, a Armênia deixou de ser uma república presidencial para se transformar em parlamentar, na qual o poder político está nas mãos do primeiro-ministro, enquanto o presidente tem um papel meramente representativo.
As manifestações contra Sargsyan tiveram início no último dia 13 e, desde então, cresceram e se estenderam a outras cidades do país. Nesta segunda-feira, um grupo de soldados desarmados se uniu aos manifestantes, aumentando a pressão contra o líder.
O protesto de domingo em Erevan foi um dos maiores da história da capital, de pouco mais de um milhão de habitantes. Cerca de 300 manifestantes, entre eles Pashinyan, foram detidos durantes o ato. O líder opositor foi libertado nesta segunda-feira, pouco antes do anúncio de Sargsyan sobre sua renúncia.
EK/ap/afp/dpa/efe
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"[O líder opositor Nikol] Pashinyan estava certo. Eu estava errado", afirmou o premiê em comunicado. "Na situação atual, há várias soluções, mas eu não seguirei nenhuma delas. Não é meu estilo. Estou deixando a liderança do país e o posto de primeiro-ministro da Armênia."
Sargsyan acrescentou que, com sua decisão, ele "cumpre a exigência" das manifestações populares, que reuniram mais de 100 mil pessoas na capital armênia, Erevan, somente neste domingo. "Desejo paz ao nosso país", justificou o líder.
Em reunião extraordinária nesta segunda-feira, o governo armênio nomeou o vice-primeiro-ministro Karen Karapetyan, um aliado de Sargsyan, como premiê interino. Karapetyan já exercera o cargo de chefe de governo entre setembro de 2016 e 9 de abril deste ano.
Sargsyan chegou ao cargo de primeiro-ministro na semana passada, depois de servir uma década como presidente, o que provocou uma agitação política na nação aliada da Rússia.
Segundo acusa a oposição, a medida foi planejada por Sargsyan com o único objetivo de se perpetuar no poder sob um novo sistema parlamentar de governo, que dá mais poderes ao primeiro-ministro. Seu mandato como presidente estava prestes a chegar ao fim.
O premiê, que rejeitava a acusação da oposição – liderada por Pashinyan – e anteriormente se recusou a renunciar ao cargo, surpreendeu o país ao anunciar sua decisão.
Nesta segunda-feira, vários armênios foram às ruas celebrar a renúncia, no 11º dia de protestos na capital. "O povo venceu", gritavam os apoiadores de Pashinyan, enquanto motoristas buzinavam e manifestantes erguiam bandeiras nacionais e se abraçavam.
Segundo a reforma constitucional aprovada em 2015 e que entrou em vigor este ano, a Armênia deixou de ser uma república presidencial para se transformar em parlamentar, na qual o poder político está nas mãos do primeiro-ministro, enquanto o presidente tem um papel meramente representativo.
As manifestações contra Sargsyan tiveram início no último dia 13 e, desde então, cresceram e se estenderam a outras cidades do país. Nesta segunda-feira, um grupo de soldados desarmados se uniu aos manifestantes, aumentando a pressão contra o líder.
O protesto de domingo em Erevan foi um dos maiores da história da capital, de pouco mais de um milhão de habitantes. Cerca de 300 manifestantes, entre eles Pashinyan, foram detidos durantes o ato. O líder opositor foi libertado nesta segunda-feira, pouco antes do anúncio de Sargsyan sobre sua renúncia.
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