Arcebispo australiano é condenado por acobertar casos de pedofilia
Philip Wilson foi condenado a 12 meses de prisão por ignorar denúncias de abusos cometidos por um padre na Austrália. Juiz afirma que "réu não demonstrou remorso ou arrependimento" durante o processo.O arcebispo australiano Philip Wilson, de 67 anos, foi condenado nesta terça-feira (03/07) a 12 meses de prisão, sob a acusação de acobertar casos de pedofilia nos anos 1970.
O juiz Robert Stone, de um tribunal da cidade de Newcastle, determinou que o arcebispo de Adelaide terá de cumprir metade da pena antes de ter o direito de pedir liberdade condicional.
Entretanto, Wilson, o membro de idade mais avançada do alto clero da Igreja Católica a receber esse tipo de condenação, poderá permanecer sob liberdade vigiada até a decisão dos juízes sobre o cumprimento da pena em prisão domiciliar ou em um presídio.
"Não houve demonstração de remorso ou arrependimento por parte do réu", afirmou Stone. "O acusado é uma figura elevada numa das instituições mais respeitadas em nossa sociedade [...] os paroquianos foram traídos da maneira mais cruel e insensível através do extravio de sua fé, crença e respeito, não apenas pelos atos do criminoso, mas também por aqueles que sabiam e acobertaram [os atos de pedofilia]".
Wilson foi condenado em maio por não revelar à polícia os abusos cometidos pelo padre James Fletcher, após ouvir denúncias de duas vítimas em 1976, incluindo a de um coroinha que relatou a ele o ocorrido durante confissão.
Fletcher foi condenado em 2004 sob nove acusações de abuso sexual de menores e morreu na prisão em 2006, após um acidente vascular cerebral.
Apesar da condenação em maio, Wilson apenas se afastou da função de arcebispo de Adelaide no mês passado. Seus advogados defenderam sua inocência durante todo o processo, afirmando que ele não tinha conhecimento dos abusos cometidos por Fletcher.
A decisão da Justiça australiana foi considerada uma vitória importante para as vítimas de abusos sexuais na Austrália, apesar da sentença imposta a Wilson ter sido menor do que as de casos semelhantes ocorridos nos Estados Unidos.
A Conferência dos Bispos Católicos da Austrália, entidade que Wilson liderou no passado, afirmou em nota esperar que o veredicto possa trazer uma "sensação de paz e cura" às vítimas.
RC/efe/rtr
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O juiz Robert Stone, de um tribunal da cidade de Newcastle, determinou que o arcebispo de Adelaide terá de cumprir metade da pena antes de ter o direito de pedir liberdade condicional.
Entretanto, Wilson, o membro de idade mais avançada do alto clero da Igreja Católica a receber esse tipo de condenação, poderá permanecer sob liberdade vigiada até a decisão dos juízes sobre o cumprimento da pena em prisão domiciliar ou em um presídio.
"Não houve demonstração de remorso ou arrependimento por parte do réu", afirmou Stone. "O acusado é uma figura elevada numa das instituições mais respeitadas em nossa sociedade [...] os paroquianos foram traídos da maneira mais cruel e insensível através do extravio de sua fé, crença e respeito, não apenas pelos atos do criminoso, mas também por aqueles que sabiam e acobertaram [os atos de pedofilia]".
Wilson foi condenado em maio por não revelar à polícia os abusos cometidos pelo padre James Fletcher, após ouvir denúncias de duas vítimas em 1976, incluindo a de um coroinha que relatou a ele o ocorrido durante confissão.
Fletcher foi condenado em 2004 sob nove acusações de abuso sexual de menores e morreu na prisão em 2006, após um acidente vascular cerebral.
Apesar da condenação em maio, Wilson apenas se afastou da função de arcebispo de Adelaide no mês passado. Seus advogados defenderam sua inocência durante todo o processo, afirmando que ele não tinha conhecimento dos abusos cometidos por Fletcher.
A decisão da Justiça australiana foi considerada uma vitória importante para as vítimas de abusos sexuais na Austrália, apesar da sentença imposta a Wilson ter sido menor do que as de casos semelhantes ocorridos nos Estados Unidos.
A Conferência dos Bispos Católicos da Austrália, entidade que Wilson liderou no passado, afirmou em nota esperar que o veredicto possa trazer uma "sensação de paz e cura" às vítimas.
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