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Espanha divulga fortunas de altos funcionários

29/09/2018 15h52

Ofensiva de transparência é tentativa de recuperar a credibilidade de Madri, abalada por acusações de corrupção, sonegação e outras fraudes, resultando em renúncias de alguns ministros.O governo espanhol divulgou neste sábado (29/09) as declarações de bens patrimoniais de mais de mil altos funcionários, inclusive 38 ministros atuais e passados, como parte de uma iniciativa para aumentar a transparência e recuperar a credibilidade em Madri.

A lista, publicada no Boletim Oficial do Estado, inclui tanto membros do atual governo socialista, liderado por Pedro Sánchez, quanto do anterior, sob o conservador Mariano Rajoy. Ela revela que três membros do Gabinete são milionários.

À frente está o chefe da pasta do Exterior, Josep Borrell, que declarou uma fortuna de 2,77 milhões de euros; seguido pela ministra da Educação, Isabel Celaa, com 1,62 milhão de euros, e o da Ciência e ex-astronauta Pedro Duque, com 1,5 milhão de euros em bens.

O premiê Sánchez, por sua vez, declarou um patrimônio de 343 mil euros e dívidas no valor de 192 mil euros, enquanto seu antecessor Rajoy conta entre os milionários, possuindo 1,54 milhão de euros em bens.

Crise de credibilidade

Celaa, que também é porta-voz governamental, saudou a medida já na sexta-feira: "Este governo está realmente avançando no caminho da transparência, que acredita ser a única forma de promover a democracia."

Madri tem bons motivos para querer recuperar sua credibilidade. Enquanto Duque é acusado de ter deixado de pagar alguns impostos sobre suas duas casas (o que ele nega), a ministra da Justiça, Dolores Delgado, está na berlinda por ter se encontrado com um ex-chefe de polícia acusado de corrupção. O fato foi vazado para a mídia através de gravações secretas das conversas entre ambos.

Em junho, poucos dias depois de Sánchez assumir o governo, Màxim Huerta renunciou como ministro da Cultura e Esportes após revelações de que ele fora multado por sonegar 218 mil euros em impostos entre 2006 e 2008, quando era apresentador de televisão. Carmen Montón também renunciou à pasta da Saúde no início de setembro, após acusações de irregularidades na obtenção de seu título de máster.

AV/efe,afp

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