Topo

Tsunami mata pelo menos 168 pessoas na Indonésia

23/12/2018 07h06

Onda atingiu show em praia na ilha de Java, matando músicos e integrantes da plateia. Autoridades acreditam que fenômeno foi causado por deslocamento de terra submarino produzido pela erupção do vulcão Anak Krakatau.Pelo menos 168 pessoas morreram e 745 ficaram feridas após um tsunami atingir a Indonésia, informam neste domingo (23/12) equipes de emergência locais. Cerca de 20 estão desaparecidas. Número de mortos pode aumentar.

Uma onda atingiu com força uma festa realizada na praia de Tanjung Lesung, na ilha de Java.

Alguns integrantes da banda Seventeen, que se apresentava num palco, e parte dos espectadores morreram com a chegada da onda.

O vocalista Riefian "Ifan" Fajarsyah publicou na manhã deste domingo um vídeo confirmando, visivelmente emocionado, a morte do baixista e do produtor da banda, além do desaparecimento de outros integrantes do conjunto.

"Quando o incidente aconteceu muitos turistas estavam nas praias ao longo de (a cidade) Pandeglang, em Java", disse o porta-voz da Agência Nacional de Gestão de Desastres (BNPB), Sutopo Purwo Nugroho, em comunicado.

Em um vídeo, publicado por Sutopo no seu perfil do Twitter, pode-se ver a destruição de várias estruturas próximas ao litoral afetado, onde a potência das ondas arrastou vários veículos para o litoral.

Sutopo admitiu que inicialmente as autoridades indonésias confundiram o tsunami com uma maré crescente e chegaram a apelar à população para não entrar em pânico. "Foi um erro, sentimos muito", escreveu.

O porta-voz da BNPB disse que a causa do tsunami vai ser verificada, embora tenha afirmado que o mais provável é que tenha sido causado por um deslizamento de terra submarino produzido pela erupção do vulcão Anak Krakatau e ressacas devido à lua cheia.

Aparentemente, a combinação de ambos os fatores motivou um tsunami repentino que atingiu a costa.

Pandeglang é a área mais danificada pelo desastre natural, onde se contabilizou o maior número de vítimas, assim como graves danos em 400 casas, nove hotéis e dez embarcações. A área abrange o Parque Nacional de Ujung Kulon e praias populares. Outros distritos severamente afetados foram os de Lampung do Sul e Serang. As autoridades acreditam que o número de vítimas deve aumentar.

O vulcão Anak Krakatau, no estreito de Sunda, que liga o Oceano Índico ao Mar de Java, tem 305 metros de altura e está localizado cerca de 200 quilômetros a sudoeste da capital Jacarta, onde tem sido registada atividade desde junho.

O vulcão foi formado após a erupção do Krakatoa em 1883, que não só destruiu a ilha onde se erguia como também criou a atual, ocupada pelo Anak Krakatoa, depois de deixar um rasto de devastação e mais de 36 mil mortos.

O pior tsunami na Indonésia aconteceu a 26 de dezembro de 2004 no norte de Sumatra. Na época, um abalo subterrâneo de 9,1 graus de magnitude diante da costa noroeste de Sumatra provocou um tsunami que causou cerca de 230 mil mortes numa dezena de países banhados pelo Oceano Índico. Cerca 170 mil morreram somente em território indonésio.

A Indonésia é o quarto país mais populoso do mundo e também um dos mais castigados por desastres naturais.

A localização geográfica da Indonésia, no Anel de Fogo do Pacífico, e os mais de 100 vulcões ativos no país tornam a nação propensa a grande atividade sísmica, a maioria moderada, que habitualmente passa despercebida à população. Só este ano, a Indonésia registou 11 terremotos com vítimas mortais.

No dia 28 de setembro, um terremoto de magnitude 7,5 na região central da ilha de Célebes desencadeou um tsunami que deixou 2.081 mortos e mais de 200 mil deslocados, a maioria na cidade de Palu e em seus arredores.

Entre 29 de julho e 19 de agosto, uma série de tremores na ilha de Lombok, perto da ilha de Bali, causaram 564 mortos e mais de 400 mil deslocados, a maioria deles após um devastador terremoto de magnitude 6,9 no dia 5 de agosto.

MD/afp/efe/lusa/epd

______________

A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube
| WhatsApp | App | Instagram | Newsletter