Indonésia busca sobreviventes de tsunami em escombros
Equipes vasculham escombros para encontrar sobreviventes e vítimas. Número de mortos sobe para mais de 280 e deverá aumentar à medida em que resgate chega a zonas que ainda não receberam assistência.Equipes de resgate da Indonésia vasculham nesta segunda-feira (25/12) os escombros de prédios, casas e lojas para tentar encontrar vítimas de um tsunami que atingiu no sábado à noite as regiões costeiras do estreito de Sunda, localizado entre as ilhas de Sumatra e Java.
Os homens das equipes de busca usam as suas próprias mãos, escavadores e outros equipamentos pesados para transportar os detritos da área afetada ao redor do estreito de Sunda, enquanto milhares de pessoas são evacuadas para locais mais altos.
"Homens do Exército e da polícia estão revirando as ruínas para ver se podemos encontrar mais vítimas", afirmou Dody Ruswandi, funcionário da Agência Nacional de Gestão de Desastres (BNPB).
O número de mortos devido ao tsunami, causado por uma atividade vulcânica na ilha de Anak Krakatau, subiu para mais de 280, informou a BNPB.
Foram registrados ainda mais de 1 mil feridos, e pelo menos 57 pessoas ainda estão desaparecidas. A onda gigante também deixou 11.687 deslocados e danificou 611 casas, 69 hotéis, 60 lojas e 420 embarcações.
"O número de vítimas e de danos continuará aumentando", afirmou o porta-voz da agência, Sutopo Purwo Nugroho. Todas as mortes registradas até o momento são de indonésios, e o número pode aumentar à medida que as equipes de resgate chegam a zonas afetadas que ainda não receberam assistência.
Richard Teeuw, especialista em riscos geológicos da Universidade de Portsmouth, na Inglaterra, afirma que a erupção e o deslizamento de terra podem ter desestabilizado o vulcão Anak Krakatau, aumentando o risco de outro tsunami.
"A probabilidade de novos tsunamis no estreito de Sunda permanecerá alta enquanto o vulcão estiver passando por sua atual fase ativa, porque isso deve desencadear mais deslizamentos submarinos", frisou Teeuw.
Presidente visita a região
As ondas entre dois e três metros se chocaram contra prédios localizados na região costeira em Java e Sumatra, sem aviso prévio, deixando um rastro de devastação.
A área mais atingida foi em torno de Pandeglang, onde mais ajuda e médicos chegaram nesta segunda-feira para ajudar os sobreviventes. A Associação Médica da Indonésia afirmou que muitos dos feridos precisam de procedimentos ortopédicos e de neurocirurgias.
O presidente indonésio Joko Widodo, que busca a reeleição no pleito de 17 de abril, visitou nesta segunda-feira as vítimas do tsunami. Ele viajou pela manhã em um helicóptero do aeroporto de Atam Senjaya, na cidade de Bogor, para o distrito de Pandeglang.
No centro de saúde de Labuan, o presidente escutou a história de um indonésio que estava na praia na noite de sábado quando chegaram as ondas gigantes. Ele conseguiu escapar nadando e, inclusive, salvar a esposa, que estava em casa.
Os especialistas acreditam que o tsunami foi criado a partir de um deslizamento de terra submarino produzido pela erupção do vulcão Anak Krakatau. Esse vulcão, situado no estreito de Sunda, tem entrado em erupção quase diariamente nos últimos três meses, a última vez no domingo.
Os responsáveis pela BNPB e pelo serviço de vulcanologia foram muito criticados porque não alertam a população a tempo sobre o tsunami.
País é um dos mais castigados por desastres naturais
O pior tsunami na Indonésia aconteceu em 26 de dezembro de 2004 no norte de Sumatra. Na época, um abalo subterrâneo de 9,1 graus de magnitude diante da costa noroeste de Sumatra provocou um tsunami que causou cerca de 230 mil mortes numa dezena de países banhados pelo Oceano Índico. Cerca 170 mil morreram somente em território indonésio.
A Indonésia é o quarto país mais populoso do mundo e também um dos mais castigados por desastres naturais.
A localização geográfica da Indonésia, no Anel de Fogo do Pacífico, e os mais de 100 vulcões ativos no país tornam a nação propensa a grande atividade sísmica, a maioria moderada, que habitualmente passa despercebida à população. Só neste ano a Indonésia registrou 11 terremotos com vítimas mortais.
Em 28 de setembro, um terremoto de magnitude 7,5 na região central da ilha de Celebes desencadeou um tsunami que deixou 2.081 mortos e mais de 200 mil deslocados, a maioria na cidade de Palu e em seus arredores.
Entre 29 de julho e 19 de agosto, uma série de tremores na ilha de Lombok, perto da ilha de Bali, causou 564 mortes e deixou mais de 400 mil deslocados, a maioria deles após um devastador terremoto de magnitude 6,9 em 5 de agosto.
FC/afp/efe/rtr/lusa/epd/dpa/kna
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Os homens das equipes de busca usam as suas próprias mãos, escavadores e outros equipamentos pesados para transportar os detritos da área afetada ao redor do estreito de Sunda, enquanto milhares de pessoas são evacuadas para locais mais altos.
"Homens do Exército e da polícia estão revirando as ruínas para ver se podemos encontrar mais vítimas", afirmou Dody Ruswandi, funcionário da Agência Nacional de Gestão de Desastres (BNPB).
O número de mortos devido ao tsunami, causado por uma atividade vulcânica na ilha de Anak Krakatau, subiu para mais de 280, informou a BNPB.
Foram registrados ainda mais de 1 mil feridos, e pelo menos 57 pessoas ainda estão desaparecidas. A onda gigante também deixou 11.687 deslocados e danificou 611 casas, 69 hotéis, 60 lojas e 420 embarcações.
"O número de vítimas e de danos continuará aumentando", afirmou o porta-voz da agência, Sutopo Purwo Nugroho. Todas as mortes registradas até o momento são de indonésios, e o número pode aumentar à medida que as equipes de resgate chegam a zonas afetadas que ainda não receberam assistência.
Richard Teeuw, especialista em riscos geológicos da Universidade de Portsmouth, na Inglaterra, afirma que a erupção e o deslizamento de terra podem ter desestabilizado o vulcão Anak Krakatau, aumentando o risco de outro tsunami.
"A probabilidade de novos tsunamis no estreito de Sunda permanecerá alta enquanto o vulcão estiver passando por sua atual fase ativa, porque isso deve desencadear mais deslizamentos submarinos", frisou Teeuw.
Presidente visita a região
As ondas entre dois e três metros se chocaram contra prédios localizados na região costeira em Java e Sumatra, sem aviso prévio, deixando um rastro de devastação.
A área mais atingida foi em torno de Pandeglang, onde mais ajuda e médicos chegaram nesta segunda-feira para ajudar os sobreviventes. A Associação Médica da Indonésia afirmou que muitos dos feridos precisam de procedimentos ortopédicos e de neurocirurgias.
O presidente indonésio Joko Widodo, que busca a reeleição no pleito de 17 de abril, visitou nesta segunda-feira as vítimas do tsunami. Ele viajou pela manhã em um helicóptero do aeroporto de Atam Senjaya, na cidade de Bogor, para o distrito de Pandeglang.
No centro de saúde de Labuan, o presidente escutou a história de um indonésio que estava na praia na noite de sábado quando chegaram as ondas gigantes. Ele conseguiu escapar nadando e, inclusive, salvar a esposa, que estava em casa.
Os especialistas acreditam que o tsunami foi criado a partir de um deslizamento de terra submarino produzido pela erupção do vulcão Anak Krakatau. Esse vulcão, situado no estreito de Sunda, tem entrado em erupção quase diariamente nos últimos três meses, a última vez no domingo.
Os responsáveis pela BNPB e pelo serviço de vulcanologia foram muito criticados porque não alertam a população a tempo sobre o tsunami.
País é um dos mais castigados por desastres naturais
O pior tsunami na Indonésia aconteceu em 26 de dezembro de 2004 no norte de Sumatra. Na época, um abalo subterrâneo de 9,1 graus de magnitude diante da costa noroeste de Sumatra provocou um tsunami que causou cerca de 230 mil mortes numa dezena de países banhados pelo Oceano Índico. Cerca 170 mil morreram somente em território indonésio.
A Indonésia é o quarto país mais populoso do mundo e também um dos mais castigados por desastres naturais.
A localização geográfica da Indonésia, no Anel de Fogo do Pacífico, e os mais de 100 vulcões ativos no país tornam a nação propensa a grande atividade sísmica, a maioria moderada, que habitualmente passa despercebida à população. Só neste ano a Indonésia registrou 11 terremotos com vítimas mortais.
Em 28 de setembro, um terremoto de magnitude 7,5 na região central da ilha de Celebes desencadeou um tsunami que deixou 2.081 mortos e mais de 200 mil deslocados, a maioria na cidade de Palu e em seus arredores.
Entre 29 de julho e 19 de agosto, uma série de tremores na ilha de Lombok, perto da ilha de Bali, causou 564 mortes e deixou mais de 400 mil deslocados, a maioria deles após um devastador terremoto de magnitude 6,9 em 5 de agosto.
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