Guaidó rejeita diálogo com Maduro
Em sua primeira aparição pública desde que disse ter assumido a presidência, líder opositor recusa proposta de México e Uruguai e convoca novos protestos. Maduro reitera estar aberto ao diálogo.Em sua primeira aparição pública desde que disse ter assumido a presidência interina da Venezuela, o líder opositor Juan Guaidó afirmou nesta sexta-feira (25/01) que não participará de um "falso diálogo" com o presidente Nicolás Maduro para tentar solucionar pacificamente a crise no país.
"Quando a repressão não lhes dá resultado começam com um falso diálogo. O mundo e o regime devem perceber que para falsos diálogos, aqui, ninguém está interessado", disse Guaidó, destacando que não participará de nenhuma rodada de negociações sem antes ter certeza de que os resultados serão favoráveis.
Guaidó acrescentou também que só está disposto a conversar com Maduro assim que ele deixar de ser "usurpador da presidência" e depois que eleições livres forem convocadas.
A negociação de um acordo entre governo e oposição foi proposta pela México e Uruguai. A iniciativa foi aceita por Maduro, que nesta sexta-feira reiterou estar aberto para participar de uma nova rodada de diálogos e afirmou que está disposto a se encontrar pessoalmente com Guaidó.
Maduro e a oposição venezuelana tiveram uma rodada de negociações no final de 2017 e no começo de 2018, que terminou sem resultados, depois que as partes se acusaram mutuamente de romper os primeiros acordos alcançados, e o antichavismo se negou a assinar um documento de compromissos.
Além de rejeitar o diálogo, Guaidó convocou novos protestos. Ele chamou a população para participar neste sábado de assembleias populares nos 335 municípios para se preparar para uma grande "mobilização" na próxima semana, da qual não ofereceu maiores detalhes.
As concentrações também servirão, segundo disse, para "exercer a maioria forte e poderosa que somos", assim como para "prestar homenagem e tributo às nossas vítimas", em alusão às 26 pessoas que morreram nos protestos antigovernamentais desta semana, segundo números não oficiais.
"Uma ação civil sem precedentes", disse Guaidó, ressaltando que até agora a relação da oposição com os militares foi "áspera" devido aos enfrentamentos nas manifestações antigovernamentais.
Maduro tomou posse há duas semanas para um novo mandato, porém, a oposição e vários governos estrangeiros não reconheceram reeleição do presidente.
A maioria da oposição não participou da eleição realizada no ano passado, seja por considerá-la fraudulenta ou porque seus principais líderes estavam presos ou impossibilitados de concorrer. A presença de observadores internacionais não foi permitida.
Na quarta-feira, depois de uma grande manifestação nas ruas para rejeitar o que consideram uma "usurpação" da presidência por parte de Maduro, Guaidó se proclamou presidente interino do país, sendo reconhecido imediatamente pelos Estados Unidos, Brasil e vários outros países.
Outro bloco, no qual se destacam a China e a Rússia, anunciou que segue apoiando Maduro. Já um terceiro grupo, que tem como destaque a União Europeia, vem mantendo uma posição mais cuidadosa quanto ao reconhecimento de Guaidó, preferindo se limitar a pedir novas eleições no país sul-americano.
CN/efe/lusa/afp
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"Quando a repressão não lhes dá resultado começam com um falso diálogo. O mundo e o regime devem perceber que para falsos diálogos, aqui, ninguém está interessado", disse Guaidó, destacando que não participará de nenhuma rodada de negociações sem antes ter certeza de que os resultados serão favoráveis.
Guaidó acrescentou também que só está disposto a conversar com Maduro assim que ele deixar de ser "usurpador da presidência" e depois que eleições livres forem convocadas.
A negociação de um acordo entre governo e oposição foi proposta pela México e Uruguai. A iniciativa foi aceita por Maduro, que nesta sexta-feira reiterou estar aberto para participar de uma nova rodada de diálogos e afirmou que está disposto a se encontrar pessoalmente com Guaidó.
Maduro e a oposição venezuelana tiveram uma rodada de negociações no final de 2017 e no começo de 2018, que terminou sem resultados, depois que as partes se acusaram mutuamente de romper os primeiros acordos alcançados, e o antichavismo se negou a assinar um documento de compromissos.
Além de rejeitar o diálogo, Guaidó convocou novos protestos. Ele chamou a população para participar neste sábado de assembleias populares nos 335 municípios para se preparar para uma grande "mobilização" na próxima semana, da qual não ofereceu maiores detalhes.
As concentrações também servirão, segundo disse, para "exercer a maioria forte e poderosa que somos", assim como para "prestar homenagem e tributo às nossas vítimas", em alusão às 26 pessoas que morreram nos protestos antigovernamentais desta semana, segundo números não oficiais.
"Uma ação civil sem precedentes", disse Guaidó, ressaltando que até agora a relação da oposição com os militares foi "áspera" devido aos enfrentamentos nas manifestações antigovernamentais.
Maduro tomou posse há duas semanas para um novo mandato, porém, a oposição e vários governos estrangeiros não reconheceram reeleição do presidente.
A maioria da oposição não participou da eleição realizada no ano passado, seja por considerá-la fraudulenta ou porque seus principais líderes estavam presos ou impossibilitados de concorrer. A presença de observadores internacionais não foi permitida.
Na quarta-feira, depois de uma grande manifestação nas ruas para rejeitar o que consideram uma "usurpação" da presidência por parte de Maduro, Guaidó se proclamou presidente interino do país, sendo reconhecido imediatamente pelos Estados Unidos, Brasil e vários outros países.
Outro bloco, no qual se destacam a China e a Rússia, anunciou que segue apoiando Maduro. Já um terceiro grupo, que tem como destaque a União Europeia, vem mantendo uma posição mais cuidadosa quanto ao reconhecimento de Guaidó, preferindo se limitar a pedir novas eleições no país sul-americano.
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