EUA anunciam estar perto de um acordo de paz com o Talibã
Plano pode incluir saída de tropas dos EUA do Afeganistão em troca de compromisso para evitar que país volte a ser usado como base de grupos terroristas.Os Estados Unidos e o grupo Talibã chegaram a um princípio de acordo de paz que incluiria a retirada das tropas americanas do Afeganistão, o compromisso de evitar o uso do país por terroristas e um cessar-fogo entre os insurgentes e o governo local, antecipou nesta segunda-feira (28/01) o jornal New York Times.
"Temos uma minuta de acordo que tem que ser trabalhado antes de se tornar um pacto", afirmou em entrevista ao jornal o enviado especial dos EUA para o Afeganistão, Zalmai Khalilzad.
"Os talibãs se comprometeram a fazer o que for necessário para prevenir que o Afeganistão não volte a se transformar em uma plataforma interna para grupos terroristas", completou.
Khalilzad disse ter confiança na minuta firmada pelas partes, mas ressaltou que ainda é preciso negociar detalhes do acordo.
Após seis dias de conversas com a delegação política dos talibãs em Doha, no Catar, Khalilzad viajou no sábado para Cabul, onde informou o presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, sobre os avanços realizados no encontro.
A delegação americana, segundo o enviado especial, voltará a se reunir com os talibãs para discutir a participação do governo do Afeganistão nas negociações. Os talibãs recusam encontros com representantes do governo de Ghani por considerar que o presidente é um "fantoche" da Casa Branca.
"Há muitos rumores de que discutimos um governo interino. Não, não entramos nesta discussão", explicou o representante do governo dos EUA. "Nosso objetivo é que talibãs e governo afegão voltem à mesa de negociação para conversar diretamente", acrescentou.
Depois de se reunir com Khalilzad, Ghani pediu que os insurgentes iniciem "negociações sérias" com o governo em discurso transmitido por rede nacional de televisão.
Nos últimos meses, insurgentes e americanos realizaram várias reuniões nos Emirados Árabes Unidos e no Catar. Além disso, os talibãs se encontraram com representantes do governo do Irã no fim de dezembro do ano passado. Também no fim de dezembro, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a intenção de retirar grande parte dos 14 mil militares americanos que ainda estão no Afeganistão.
A retirada seria um primeiro passo no cumprimento de uma promessa feita ainda na campanha. Trump prometeu reduzir ao máximo a presença militar americana no exterior, apesar de muitos especialistas alertarem para o aumento da violência no Afeganistão.
Após 17 anos de conflito armado, o governo afegão controla 55% do território do país e outros 11% estão sob domínio dos talibãs. O restante é considerado como "áreas em disputa", segundo inspetor geral para a Reconstrução do Afeganistão do Congresso dos EUA.
A guerra no Afeganistão, a mais longa da história dos EUA, deixou 2.419 soldados americanos mortos. A Casa Branca já gastou mais de US$ 900 bilhões no conflito.
JPS/efe/ots
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"Temos uma minuta de acordo que tem que ser trabalhado antes de se tornar um pacto", afirmou em entrevista ao jornal o enviado especial dos EUA para o Afeganistão, Zalmai Khalilzad.
"Os talibãs se comprometeram a fazer o que for necessário para prevenir que o Afeganistão não volte a se transformar em uma plataforma interna para grupos terroristas", completou.
Khalilzad disse ter confiança na minuta firmada pelas partes, mas ressaltou que ainda é preciso negociar detalhes do acordo.
Após seis dias de conversas com a delegação política dos talibãs em Doha, no Catar, Khalilzad viajou no sábado para Cabul, onde informou o presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, sobre os avanços realizados no encontro.
A delegação americana, segundo o enviado especial, voltará a se reunir com os talibãs para discutir a participação do governo do Afeganistão nas negociações. Os talibãs recusam encontros com representantes do governo de Ghani por considerar que o presidente é um "fantoche" da Casa Branca.
"Há muitos rumores de que discutimos um governo interino. Não, não entramos nesta discussão", explicou o representante do governo dos EUA. "Nosso objetivo é que talibãs e governo afegão voltem à mesa de negociação para conversar diretamente", acrescentou.
Depois de se reunir com Khalilzad, Ghani pediu que os insurgentes iniciem "negociações sérias" com o governo em discurso transmitido por rede nacional de televisão.
Nos últimos meses, insurgentes e americanos realizaram várias reuniões nos Emirados Árabes Unidos e no Catar. Além disso, os talibãs se encontraram com representantes do governo do Irã no fim de dezembro do ano passado. Também no fim de dezembro, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a intenção de retirar grande parte dos 14 mil militares americanos que ainda estão no Afeganistão.
A retirada seria um primeiro passo no cumprimento de uma promessa feita ainda na campanha. Trump prometeu reduzir ao máximo a presença militar americana no exterior, apesar de muitos especialistas alertarem para o aumento da violência no Afeganistão.
Após 17 anos de conflito armado, o governo afegão controla 55% do território do país e outros 11% estão sob domínio dos talibãs. O restante é considerado como "áreas em disputa", segundo inspetor geral para a Reconstrução do Afeganistão do Congresso dos EUA.
A guerra no Afeganistão, a mais longa da história dos EUA, deixou 2.419 soldados americanos mortos. A Casa Branca já gastou mais de US$ 900 bilhões no conflito.
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