EUA processam Huawei por fraude e espionagem industrial
Departamento de Justiça acusou a empresa de burlar sanções ao Irã e de roubar tecnologia de companhia americana. Caso deve agravar tensões com a China.O governo dos Estados Unidos acusou formalmente nesta segunda-feira (28/01) a gigante chinesa do setor de tecnologia Huawei de cometer fraude bancária através da violação das sanções ao Irã e de roubo de segredos comerciais de uma concorrente americana, além de obstrução da justiça.
O processo foi apresentado pelo Departamento de Justiça em um tribunal do Brooklyn, em Nova York, contra a Huawei, duas companhias afiliadas e a diretora financeira, Meng Wanzhou. No total, são 13 acusações de fraude e conspiração para burlar as sanções ao Irã.
A Huawei Technologies Co., maior fabricante de smartphones da China, foi alvo de uma ampla investigação por parte das autoridades americanas, que em dezembro do ano passado pediram à Justiça do Canadá a prisão de Meng Wanzhou, que também é filha do fundador da Huawei.
Nesta segunda-feira, Washington confirmou que está buscando a extradição da executiva, que permanece em liberdade sob fiança no país vizinho, e cujo caso gerou uma forte tensão entre EUA, China e Canadá.
Segundo as autoridades americanas, a Huawei e suas filiais, com plena participação dos seus executivos, atuaram de forma "fraudulenta", cometendo uma série de crimes como fraude bancária, violação de sanções, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça.
"Durante mais de uma década, a Huawei usou uma estratégia de mentira e engano para conduzir e fazer seu negócio crescer", afirmou em comunicado o promotor do distrito do Brooklyn (Nova York), Richard P. Donoghue.
Os EUA acusam a imprensa chinesa de criar um sistema para burlar as sanções contra o Irã, utilizando uma empresa chamada Skycom, da qual assegurava ter se separado, mas que seguia funcionando na prática como uma filial no país persa.
A acusação inclui especificamente Meng como parte dessa trama e a responsabiliza de enganar repetidamente bancos americanos sobre a relação entre a Huawei e a Skycom.
Em outro caso separado, os EUA acusam a empresa chinesa de roubar segredos comerciais da T-Mobile, concretamente uma tecnologia utilizada por essa companhia para fazer controles de qualidade em telefones celulares.
O diretor do FBI, Christopher Wray, destacou que a Huawei mostrou um "descarado desprezo pelas leis" americanas e garantiu que a empresa representa "uma dupla ameaça", tanto em matéria de segurança nacional como econômica.
A gigante chinesa está há tempos na mira do governo dos EUA, que na prática proibiu a companhia de instalar seus equipamentos de telecomunicação em grandes redes americanas diante do temor que poderiam ser utilizados para espionar.
As acusações foram divulgadas em meio a uma crise entre Washington e Pequim, agravada após a detenção de Meng em dezembro no Canadá.
Na semana passada, o governo chinês pediu aos EUA que não formalizem o pedido de extradição da executiva e solicitou ao Canadá sua libertação imediata.
A controvérsia continuou nos últimos dias, quando o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, substituiu o embaixador do Canadá na China, John McCallum, depois que o diplomata fez declarações polêmicas sobre o caso.
McCallum tinha dado a entender que Meng, detida no Canadá no último dia 1º de dezembro, tem muitas chances de evitar sua extradição aos Estados Unidos.
Entre as razões expostas, o diplomata citou declarações de Trump, nas quais sugeriu que utilizaria o caso para pressionar nas negociações comerciais com a China, o que poderia dificultar que a Justiça canadense liberasse sua entrega aos EUA.
JPS/efe/ots
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O processo foi apresentado pelo Departamento de Justiça em um tribunal do Brooklyn, em Nova York, contra a Huawei, duas companhias afiliadas e a diretora financeira, Meng Wanzhou. No total, são 13 acusações de fraude e conspiração para burlar as sanções ao Irã.
A Huawei Technologies Co., maior fabricante de smartphones da China, foi alvo de uma ampla investigação por parte das autoridades americanas, que em dezembro do ano passado pediram à Justiça do Canadá a prisão de Meng Wanzhou, que também é filha do fundador da Huawei.
Nesta segunda-feira, Washington confirmou que está buscando a extradição da executiva, que permanece em liberdade sob fiança no país vizinho, e cujo caso gerou uma forte tensão entre EUA, China e Canadá.
Segundo as autoridades americanas, a Huawei e suas filiais, com plena participação dos seus executivos, atuaram de forma "fraudulenta", cometendo uma série de crimes como fraude bancária, violação de sanções, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça.
"Durante mais de uma década, a Huawei usou uma estratégia de mentira e engano para conduzir e fazer seu negócio crescer", afirmou em comunicado o promotor do distrito do Brooklyn (Nova York), Richard P. Donoghue.
Os EUA acusam a imprensa chinesa de criar um sistema para burlar as sanções contra o Irã, utilizando uma empresa chamada Skycom, da qual assegurava ter se separado, mas que seguia funcionando na prática como uma filial no país persa.
A acusação inclui especificamente Meng como parte dessa trama e a responsabiliza de enganar repetidamente bancos americanos sobre a relação entre a Huawei e a Skycom.
Em outro caso separado, os EUA acusam a empresa chinesa de roubar segredos comerciais da T-Mobile, concretamente uma tecnologia utilizada por essa companhia para fazer controles de qualidade em telefones celulares.
O diretor do FBI, Christopher Wray, destacou que a Huawei mostrou um "descarado desprezo pelas leis" americanas e garantiu que a empresa representa "uma dupla ameaça", tanto em matéria de segurança nacional como econômica.
A gigante chinesa está há tempos na mira do governo dos EUA, que na prática proibiu a companhia de instalar seus equipamentos de telecomunicação em grandes redes americanas diante do temor que poderiam ser utilizados para espionar.
As acusações foram divulgadas em meio a uma crise entre Washington e Pequim, agravada após a detenção de Meng em dezembro no Canadá.
Na semana passada, o governo chinês pediu aos EUA que não formalizem o pedido de extradição da executiva e solicitou ao Canadá sua libertação imediata.
A controvérsia continuou nos últimos dias, quando o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, substituiu o embaixador do Canadá na China, John McCallum, depois que o diplomata fez declarações polêmicas sobre o caso.
McCallum tinha dado a entender que Meng, detida no Canadá no último dia 1º de dezembro, tem muitas chances de evitar sua extradição aos Estados Unidos.
Entre as razões expostas, o diplomata citou declarações de Trump, nas quais sugeriu que utilizaria o caso para pressionar nas negociações comerciais com a China, o que poderia dificultar que a Justiça canadense liberasse sua entrega aos EUA.
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