Deputada dos EUA desiste de viagem após aval de Israel
Inicialmente barrada pelo governo israelense após sugestão de Trump, democrata Rashida Tlaib cancela visita ao país, onde visitaria a avó, mesmo após obter permissão. Ela diz ter sido tratada como "criminosa"
A congressista democrata americana Rashida Tlaib, que tinha sido proibida de entrar em Israel após o presidente Donald Trump sugerir que o governo do país a barrasse, disse hoje que foi "tratada como uma criminosa" e que não visitará Israel, mesmo após a aceitação de seu pedido.
Ela disse, através do Twitter, que manter a viagem nas condições "opressoras" impostas a ela vai contra as coisas que acredita, que são "lutar contra o racismo, a opressão e a injustiça".
O ministro do Interior de Israel, Aryeh Deri, afirmou hoje que Rashida Tlaib apenas fez o pedido de visita para causar constrangimento a seu governo. "O ódio dela por Israel supera o amor por sua avó", acrescentou, em mensagem no Twitter.
Filha de imigrantes palestinos e muçulmana, Tlaib planejara uma viagem a Israel no fim de semana, juntamente com a também deputada democrata Ilhan Omar, também muçulmana, e que chegou criança nos EUA como refugiada da Somália.
Tlaib e Omar são membros de um quarteto feminino de congressistas progressistas do Partido Democrata, apelidado de "O Esquadrão", que vem chamando a atenção por suas posições bem à esquerda da legenda. Em julho, as duas, junto com Alexandria Ocasio-Cortez e Ayanna
Pressley, foram alvo de uma série de ataques racistas de Trump.
Inicialmente, o governo de Benjamin Netanyahu autorizou o ingresso das legisladoras, que incluía uma visita de Tlaib à Cisjordânia, onde vive sua avó, de 90 anos. Entretanto Israel mudou de opinião depois de o presidente Trump dizer que a permissão para a visita das duas políticas muçulmanas seria considerada um "sinal de fraqueza" do governo de Netanyahu.
O presidente americano tuitou que as deputadas "odeiam Israel e todo o povo judeu". "Seria um sinal de grande fraqueza se Israel permitisse que Omar e Tlaib visitassem o país", afirmou. "Elas são uma desgraça."
Minutos após a publicação dos tuítes, a vice-ministra israelense do Exterior, Tzipi Hotovely, confirmou em entrevista a uma rádio que o país decidiu não conceder vistos de ingresso às deputadas: "Não vamos permitir a entrada de quem nega nosso direito de existir no mundo."
Ao anunciar a decisão de negar os vistos, o gabinete de Netanyahu justificou a medida com a participação delas no movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), uma ação internacional para pressionar Israel a acabar com a ocupação da Cisjordânia, entre outras pautas. Uma lei israelense de 2017 prevê que promotores e apoiadores do BDS podem ser proibidos de entrar no país.
"Como uma democracia vibrante e livre, Israel está aberta a qualquer crítica, com uma exceção. A lei de Israel proíbe a entrada de quem pede e age para boicotar Israel, como é o caso de outras democracias que impedem a entrada de indivíduos considerados prejudiciais ao país", disse o primeiro-ministro Netanyahu em comunicado.
Só que, em julho, o embaixador israelense nos EUA, Ron Dermer, dissera que isso não pesaria na concessão dos vistos, e que o governo israelense permitiria a entrada das congressistas, levando em conta as relações entre os dois países e o respeito pelo Congresso americano.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.