Palestina ameaça pôr fim a todos os acordos com Israel após demolições de casas
O presidente da Palestina, Mahmoud Abbas, ameaçou encerrar todos os acordos com Israel, incluído o de segurança, depois da demolição nesta semana de imóveis palestinos em uma zona sob jurisdição da Autoridade Nacional Palestina (ANP), segundo informou hoje a agência de notícias "Wafa".
"Não sucumbiremos aos ditames e à imposição de um fato consumado em terreno com força bruta, especificamente em Jerusalém", informou a "Wafa" sobre as declarações de Abbas durante uma reunião de emergência realizada na noite de ontem.
"Tudo o que o Estado de ocupação (israelense) está fazendo é ilegal e nulo", acrescentou diante das autoridades palestinas na cidade de Ramala.
Esta não é a primeira vez que a liderança palestina aprova o fim dos acordos com Israel.
A última foi em outubro de 2018, quando o Conselho Central da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) anunciou o fim da cooperação de segurança e suas relações econômicas com Israel, medidas que até agora não foram aplicadas.
Naquela reunião, também foi falado sobre a "contínua negação de Israel de cumprir os acordos assinados e as obrigações subsequentes", em referência aos Acordos de Oslo (1993-1995).
Nesta ocasião, a ameaça tem relação com as demolições de dez prédios palestinos por parte de Israel nas chamadas zonas A e B da Cisjordânia que estão sob controle total e parcial palestino, segundo os Acordos de Oslo.
A área onde foram realizadas as demolições, Wadi al-Hummus, pertence, além disso, ao bairro Sul Baher de Jerusalém Oriental, que não foi anexado por Israel, e cujas permissões de construção tinham sido autorizados pela Autoridade Nacional Palestina (ANP) ao estar sob seu controle.
Abbas insistiu ontem à noite que está preparado para fechar um acordo de paz justo e durável com Israel, mas que isso não significa "aceitar o status quo ou se render às medidas (da ocupação)".
"Não coexistiremos com a ocupação, não aceitaremos o acordo do século (elaborado pela Administração americana de Donald Trump). Palestina e Jerusalém não estão à venda", declarou.
O movimento islamita palestino Hamas, que controla Gaza, avaliou o anúncio como "um passo na boa direção".
"A decisão foi tomada em paralelo com os requerimentos do difícil momento que a causa palestina está passando e que corrige o errado caminho distorcia sempre a via política palestina", declarou hoje em comunicado.
A Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) também avaliou como positivo o anúncio, mas acrescentou que "não é suficiente".
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